Economia

Brasil consolida novo modelo de crescimento

O Brasil estabeleceu definitivamente um novo modelo de crescimento econômico, apoiado pela austeridade fiscal, controle da inflação e regime de câmbio flutuante. Após dois anos e meio de mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva provou seu compromisso com as linhas básicas da política econômica, determinadas pelo governo anterior. Segundo Heron do Carmo, presidente […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h17.

O Brasil estabeleceu definitivamente um novo modelo de crescimento econômico, apoiado pela austeridade fiscal, controle da inflação e regime de câmbio flutuante. Após dois anos e meio de mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva provou seu compromisso com as linhas básicas da política econômica, determinadas pelo governo anterior.

Segundo Heron do Carmo, presidente do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP), a perspectiva de que o país cresça cerca de 3% neste ano, após um avanço de quase 5% em 2004 e de 0,5% em 2003, mostra que os brasileiros já estão se beneficiando das medidas econômicas tomadas nos anos anteriores. "O Brasil já está num círculo virtuoso pequeno, de 3% ao ano e pode ampliar essa taxa de expansão", diz. O economista afirma que há potencial para crescer cerca de 5% ao ano, caso sejam tomadas algumas medidas.

Para estimular os investimentos, Carmo aponta dois caminhos. O mais inadequado, em sua avaliação, seria reduzir a carga tributária do setor privado, para que as empresas disponham de mais recursos para novos projetos. Segundo o economista, reduzir o volume de impostos, neste momento, não é aconselhável, já que são eles que estão custeando o funcionamento da máquina pública e amortizando parte das dívidas. Se a carga fosse menor, o governo não teria outra opção a não ser se financiar via inflação, diz Carmo.

O caminho mais aconselhável, segundo o presidente do Corecon, é reestruturar o Estado, a fim de reduzir custos e liberar recursos para que o governo invista mais em infra-estrutura, educação e em projetos sociais. "O investimento público sempre estimula o privado", diz.

Para Carmo, se esses passos forem dados até o final do governo Lula, o Brasil já poderá alcançar um novo patamar de crescimento, ao redor de 5% ao ano, no segundo ano do próximo governo. "É um prazo muito razoável", diz.

Carmo reduziu o impacto econômico da crise política, que paralisa o Congresso Nacional e mobiliza a atenção de trabalhadores a empresários no país. "Essa é uma questão pontual. Quando as empresas tomam suas decisões de investimento, avaliam períodos maiores de tempo, e o Brasil promoveu uma mudança de seu paradigma de crescimento", diz.

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