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BNDES lucra R$ 1,85 bilhão no terceiro trimestre

No acumulado do ano até setembro, o lucro ficou em R$ 3,202 bilhões, um recuo de 24,46% em relação aos nove primeiros meses do ano passado

BNDES: o BNDES devolveu antecipadamente R$ 50 bilhões ao Tesouro Nacional (Pilar Olivares/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de novembro de 2017 às 15h55.

Última atualização em 10 de novembro de 2017 às 15h57.

Rio - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ) registrou lucro líquido de R$ 1,857 bilhão no terceiro trimestre deste ano, uma queda de 71,04% ante igual período de 2016.

No acumulado do ano até setembro, o lucro ficou em R$ 3,202 bilhões, um recuo de 24,46% em relação aos nove primeiros meses do ano passado, conforme resultados trimestrais divulgados nesta sexta-feira, 10, pelo banco de fomento.

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Em nota, o BNDES destacou entre os impactos negativos sobre o lucro a redução de R$ 6,759 bilhões no produto de intermediação financeira, "devido, principalmente, à redução da carteira de crédito, cujos recursos foram parcialmente utilizados para a liquidação antecipada de dívida com o TN (Tesouro Nacional), e a menor rentabilidade média da carteira de tesouraria".

Após pedido do Ministério da Fazenda, o BNDES devolveu antecipadamente R$ 50 bilhões ao Tesouro Nacional. Em setembro, foram antecipados R$ 33 bilhões - outros R$ 17 bilhões foram devolvidos em outubro, mas não tiveram impacto nos resultados do terceiro trimestre.

Com a devolução de setembro, o BNDES encerrou o terceiro trimestre com ativo total de R$ 868,5 bilhões, queda de R$ 7,561 bilhões, ou 0,9%, em relação ao fechamento de 2016.

Nas demonstrações financeiras, o banco também citou os efeitos da devolução dos recursos sobre o resultado. Segundo o BNDES, houve "redução no saldo de títulos e valores e mobiliários, decorrente basicamente da redução da carteira de títulos públicos utilizados para pagamento antecipado de parcela de dívida" com o Tesouro.

Além disso, o lucro ficou menor porque houve "queda do saldo de direitos a receber do TN (Tesouro Nacional) relativos à equalização de programas incentivados pelo Governo Federal em razão do pagamento pelo TN, atenuada pelo reconhecimento de direitos a receber".

O BNDES também culpou a redução da demanda por financiamentos, diante da falta de apetite das empresas por investimentos em meio à recessão, ao citar a "redução do produto da intermediação financeira" na comparação com o ano passado entre os itens que afetaram o resultado. Isso foi provocado "pela redução da rentabilidade média dos títulos e valores mobiliários e pelo menor resultado financeiro oriundo das operações de crédito, em razão da redução da carteira média ocasionada pela retração da demanda".

No lado positivo, o principal impacto foi o aumento em R$ 6,99 bilhões do resultado de investimentos em ações, originado principalmente da BNDESPar, a empresa de participações do banco. Além disso, informou o BNDES, houve redução de R$ 1,4 bilhão na provisão de risco de crédito no terceiro trimestre.

Com o lucro acumulado ao longo de 2017, o patrimônio líquido do BNDES aumentou em R$ 4,4 bilhões em relação ao encerramento de 2016. Também houve crescimento de R$ 3,3 bilhões do saldo de ajuste de avaliação patrimonial - "reflexo da valorização do valor justo da carteira de títulos disponíveis para venda", informou o BNDES em nota.

O crescimento do patrimônio líquido só não foi maior porque o banco de fomento pagou ao Tesouro R$ 2,2 bilhões em dividendos complementares do exercício de 2016. Com a evolução do patrimônio, os limites prudenciais do BNDES melhoraram na comparação com o fim do ano passado. O índice de Basileia encerrou o terceiro trimestre em 25,9% (21,7% no fim de 2016), "acima dos 10,5% exigidos" pelo Banco Central (BC).

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