BNDES exige maior governança na concessão para aeroportos
Em algumas concessões recentes, como dos terminais de Confins e do Galeão, o consórcio vencedor tem empreiteiras entre os sócios
Reuters
Publicado em 1 de dezembro de 2016 às 16h17.
Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ) terá exigências maiores de governança para apoiar o leilão de concessão de aeroportos para evitar que se repitam os problemas das últimas concessões, disse a diretora Marilene Ramos.
Os detalhes sobre as condições de financiamento devem ser divulgados até sexta-feira. Construtoras e empreiteiras não serão impedidas de participar de consórcios que concorrerem, mas as regras para essa relação devem ser mais claras, disse ela.
"Haverá uma exigência de governança com relação a partes relacionadas. Como não é proibido que participe do leilão um concessionário que também é construtor, vamos exigir um certo nível de governança para que não afete a concessão", disse.
Em algumas concessões recentes, como dos terminais de Confins e do Galeão, o consórcio vencedor tem empreiteiras entre os sócios.
Integrantes do governo argumentam que algumas construtoras participaram dos leilões com interesse maior nas obras do que no retorno que a concessão.
"Queremos evitar repetir os mesmos erros. Isso pode ocorrer desde com uma governança adequada porque se controla o efeito perverso disso e fica só com o lado positivo, como o um construtor poder otimizar custos", disse a diretora.
Nesse ciclo de concessões, que vai incluir os aeroportos de Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), Salvador (BA) e Fortaleza (CE), até 40 por cento do investimento poderá ser financiado pelo BNDES com taxa de TJLP.