BC: Redução de compulsórios não deve ter impacto significativo na dívida
Caso valor liberado de R$ 25,7 bi não seja usado pelos bancos para a concessão de crédito, recursos devem ser aplicados em operações compromissadas com BC
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de março de 2018 às 19h17.
Última atualização em 28 de março de 2018 às 19h20.
Brasília - O chefe do departamento de operações bancárias e sistemas de pagamentos do Banco Central , Flávio Túlio Villela, disse nesta quarta-feira, 28, que a redução das alíquotas de compulsórios aprovada hoje pelo Conselho Monetário Nacional ( CMN ) não deve impactar a dívida bruta de forma significativa.
Caso o valor liberado estimado em R$ 25,7 bilhões não seja usado pelos bancos para a concessão de crédito, esses recursos devem ser aplicados em operações compromissadas com o BC.
"Esse risco foi analisado pelo BC antes de propor a mudança, mas o impacto das medidas é de R$ 25,7 bilhões, o que é muito pequeno diante do tamanho do endividamento bruto", respondeu Villela.
O CMN decidiu hoje reduzir a alíquota dos depósitos à vista de 40% para 25%. No encaixe obrigatório, a alíquota passou de 21% para 20% no caso da poupança rural, e caiu de 24,5% para 20% nas demais modalidades de poupança.
Spreads
Após afirmar que a redução das alíquotas de compulsórios cria condições para potenciais reduções nos spreads bancários, o diretor de regulação do Banco Central, Otávio Damaso, não respondeu quando e quanto cairão os spreads cobrados nas operações de crédito.
O diretor também não respondeu se a medida pode ampliar a projeção da autoridade monetária para o crescimento do mercado de crédito em 2018. Nesta semana, o BC revisou de 3,0% para 3,5% a previsão de expansão da carteira crédito total neste ano.