EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h54.
São Paulo, 28 de abril (Portal EXAME) O Banco Central (BC) pode ter uma presença mais atuante no mercado cambial, sem a intenção de fixar patamares para o dólar, mas para evitar os solavancos cambiais que têm virado rotina no mercado brasileiro. Essa é a avaliação do consultor da área de câmbio, Emílio Garofalo, ex-diretor do Banco Central.
Para Garofalo, a instabilidade que tomou conta do mercado cambial brasileiro causa insegurança aos investidores, especialmente aos exportadores. A volatilidade é tão alta que compromete o planejamento , diz. Segundo o analista, o BC pode atuar para balizar no sobe-e-desce das cotações, evitando altas e quedas bruscas. Nos últimos sete meses, a cotação do dólar foi de 3,94 reais a 2,99, com picos e quedas dentro dessa faixa.
O dólar abaixo de 3 reais também representa uma boa hora para o Banco Central ir às compras, diz Garofalo: Com a taxa em queda, o BC também poderia aproveitar para aumentar suas reservas . O Brasil tem hoje 17 bilhões de dólares em reservas líquidas ajustadas (excluindo empréstimos do Fundo Monetário Internacional), um volume, na opinião de Garofalo, baixo. No começo de 1999, semanas antes do Brasil abandonar o câmbio fixo, o país tinha 34 bilhões em reservas.
Aos que defendem um câmbio flutuante, sem nenhum tipo de intervenção do BC, Garofalo contrapõe a idéia de que não há câmbio livre no Brasil. Nosso mercado é imperfeito , diz. O analista cita como exemplo a legislação brasileira para o comércio internacional, que limita o poder de decisão dos exportadores quanto à escolha da taxa de câmbio que irá reger os contratos. Também questiona a abrangência do hedge, o instrumento de proteção contra as variações cambiais, no Brasil, que, por ser atrelado à taxa de juros local, é caro em relação a outros países.