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BC corta pela metade previsão de crescimento do crédito no Brasil

O Banco cortou a projeção a 1%, contra expectativa anterior de 2%, em meio à crise política e a sinais de recuperação lenta da economia

Real: em 2016, o estoque de crédito no Brasil caiu 3,5 por cento (iStock/Thinkstock)
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Reuters

Publicado em 28 de junho de 2017 às 13h29.

Brasília - O Banco Central cortou pela metade sua projeção do crescimento do mercado de crédito no país em 2017, a apenas 1 por cento, contra expectativa anterior de 2 por cento, em meio à intensa crise política que afeta o governo e sinais de recuperação lenta da economia.

Para o estoque de crédito livre, o BC passou a ver estabilidade, contra alta de 2 por cento do cálculo anterior, feito em março. Já para o crédito direcionado, o BC agora enxerga elevação de 1 por cento neste ano, abaixo dos 2 por cento de antes.

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Em 2016, o estoque de crédito no Brasil caiu 3,5 por cento, pior resultado anual e o primeiro no vermelho na série histórica para saldos iniciada pelo BC em março de 2007.

Segundo o chefe-adjunto de departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, a revisão levou em conta a performance do crédito no acumulado até maio, além da pior perspectiva de contratação de crédito pelas empresas.

"Temos nesse caso cinco meses já ocorridos, mas também temos um desempenho de pessoas jurídicas sem dar mostras significativas de recuperação", disse.

Nesta quarta-feira, o BC divulgou também que o saldo total de crédito no Brasil recuou 1,3 por cento de janeiro a maio, reflexo da contínua fraqueza no apetite por financiamentos após dois anos de profunda recessão e em meio ao alto nível de desemprego no país, que têm segurado recuos na inadimplência.

Enquanto no período houve expansão de 1,7 por cento no estoque de crédito para pessoas físicas, para pessoas jurídicas houve tombo de 4,3 por cento.

Além da economia ainda sem dar sinais mais fortes de recuperação, o governo enfrenta a sua pior crise política com a denúncia criminal contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva, que alimentou temores de que as reformas --em especial a da Previdência-- possa não ser aprovada no Congresso Nacional, o que seria ruim para a economia brasileira na visão de agentes econômicos.

As expectativas mais modestas do BC para os financiamentos foram acompanhadas da decisão de não mais detalhar o desempenho esperado por bancos segundo modalidade de controle.

Em março, o BC via alta de 2 por cento no estoque de crédito de bancos públicos e de bancos privados estrangeiros em 2017. Para os privados nacionais, a projeção era de aumento de 1 por cento.

Rocha reconheceu que estas estimativas estão defasadas, mas destacou que o BC não irá mais atualizá-las daqui para frente por defender que representam "mais uma informação setorial e menos uma informação estatística".

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