Economia

BC alemão alerta contra complacência na crise da dívida

Jens Weidmann, presidente do BC alemão, afirmou que as causas da crise da dívida soberana ainda não foram resolvidas

Jens Weidmann: "A zona do euro não pode ser autorizada a fica dependente de financiamento monetário estatal", afirmou o presidente do BC alemão (REUTERS/Lisi Niesner)

Jens Weidmann: "A zona do euro não pode ser autorizada a fica dependente de financiamento monetário estatal", afirmou o presidente do BC alemão (REUTERS/Lisi Niesner)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2012 às 13h34.

Berlim - O presidente do Bundesbank, banco central alemão, Jens Weidmann, alertou contra a complacência na luta para superar a crise da dívida soberana da zona do euro e negou que tenha considerado renunciar devido a diferentes pontos de vista com o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, informou um jornal.

Weidmann disse ao Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung, em entrevista que será publicada no domingo, que as causas da crise da dívida soberana ainda não foram resolvidas. Afirmou também considerar perigoso que líderes políticos fossem complacentes.

"As causas ainda não foram removidas", disse Weidmann ao jornal, em comentários disponíveis neste sábado.

Pode ser perigoso se a crise começar a se espalhar, disse, e "se os líderes políticos decidirem que não querem fazer mais contra a crise mais e esperar que o banco central salve o dia".

Weidmann disse não acreditar que os comentários de Draghi que o BCE estava pronto para "fazer o que for preciso para preservar o euro" tenha marcado uma reviravolta na crise da zona do euro. Ele acrescentou nada mudou em relação a sua discordância com Draghi.

"Eu temo pelos riscos para a estabilidade política e pelos perigos da mistura de política monetária e fiscal", disse Weidmann. "A zona do euro não pode ser autorizada a fica dependente de financiamento monetário estatal." Weidmann disse que o período de baixas taxas de inflação pode acabar rapidamente.

"Isso pode mudar se a economia se recuperar novamente e as taxas de juros tiverem que ser elevadas", disse, acrescentando que por isso considerou "extremamente perigoso" que alguns "falem sobre a chance de permitir um pouco mais de inflação".

Weidmann também negou que tenha considerado renunciar devido a discordâncias com Draghi, como fez seu antecessor Axel Weber.

"O que fazer se todos os presidentes do BC renunciarem?", disse Weidmann.

Acompanhe tudo sobre:Dívida públicaEuropa

Mais de Economia

Tesouro adia para 15 de janeiro resultado das contas de novembro

Câmara apresenta justificativa sobre emendas e reitera que Câmara seguiu pareceres do governo

Análise: Inflação preocupa e mercado já espera IPCA de 5% em 2025

Salário mínimo 2025: por que o valor será menor com a mudança de regra