Economia

Banco central japonês anuncia novas medidas de estímulo

O BoJ destinará 10 trilhões de ienes (128 bilhões de dólares) adicionais ao programa durante o ano de 2013

O dirtor do Banco Central do Japão, Masaaki Shirakawa: por outra parte, o banco central manteve, como estava previsto, sua principal taxa de juros entre 0,0% e 0,1% (©AFP / Yoshikazu Tsuno)

O dirtor do Banco Central do Japão, Masaaki Shirakawa: por outra parte, o banco central manteve, como estava previsto, sua principal taxa de juros entre 0,0% e 0,1% (©AFP / Yoshikazu Tsuno)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2012 às 17h18.

Tóquio - O Comitê de Política Monetária do Banco Central de Japão (BoJ) decidiu nesta quarta-feira ampliar as compras de bônus e obrigações para injetar mais liquidez no sistema financeiro e estimular a economia, derrubada pela desaceleração mundial.

Após as atas das decisões do Banco Central Europeu (BCE) e do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) das duas últimas semanas, chegou a vez de o BoJ apresentar suas próprias medidas para estimular a terceira economia do planeta, que não consegue se recuperar.

O BoJ destinará 10 trilhões de ienes (128 bilhões de dólares) adicionais ao programa durante o ano de 2013, o que eleva a 80 trilhões de ienes o valor total para a compra de ativos e injeções no circuito bancário para favorecer a circulação de dinheiro.

Ao mesmo tempo, o BoJ decidiu manter a taxa básica de juros na faixa entre 0,0% e 0,1%.

Com isso, o montante total destinado à compra de ativos e injeções ao circuito interbáncario chega a 80 trilhões de ienes (800 bilhões de euros), para facilitar as condições de circulação do dinheiro e dinamizar a atividade.

"As economias estrangeiras têm desacelerado de forma mais acentuada", disse o governador do BoJ, Masaaki Shirakawa, o que é uma notícia ruim para a terceira economia mundial, cujo crescimento depende em boa parte das exportações.

O BoJ admite ter havido um certo relaxamento dos mercados financeiros sobre os temores quanto ao problema do endividamento europeu, após o anúncio pelo BCE de que comprará ilimitadamente títulos da dívida de curto e médio prazo dos países da Zona Euro em dificuldades. Contudo, o banco enfatiza que a economia mundial continua gerando "grandes incertezas".


"A recuperação da economia, bastante forte no primeiro semestre, marca agora uma 'pausa' devido ao menor dinamismo do consumo e do investimento", disse Shirakawa, que também alertou sobre o estancamento dos preços no arquipélago, o que oficialmente leva a uma deflação há mais de três anos.

Segundo o governador, esta conjuntura justifica recorrer a medidas não convencionais, que "permitirão suavizar as condições de circulação do dinheiro para as empresas e as famílias".

O BoJ espera estimular a queda das taxas de juros no longo prazo sobre o mercado e facilitar os empréstimos bancários para fomentar o consumo, o investimento e portanto a atividade geral.

Por outra parte, o banco central manteve, como estava previsto, sua principal taxa de juros entre 0,0% e 0,1%.

O governo japonês felicitou os anúncios, assim como a Bolsa de Tóquio, onde o índice Nikkei subiu 1,19%, para seu maior nível desde o início de maio.

O iene caiu ante o euro e o dólar, em resposta à flexibilização monetária prometida, que irá elevar a quantidade de moeda japonesa em circulação e assim reduzir seu valor.

A moeda japonesa, um valor de refúgio para os investidores, obteve forte valorização nos últimos meses em detrimento da renda das empresas japonesas no exterior e por isso as autoridades tentam interromper sua valorização.

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