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Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2010 às 19h53.
WASHINGTON (Reuters) - Vários formuladores de política monetária do Federal Reserve querem começar a vender títulos relativamente logo, como forma de reduzir a maciça oferta de dinheiro ao sistema financeiro, mostrou a ata da última reunião do Fed nesta quarta-feira.
A ata referente à reunião de política monetária ocorrida em janeiro sugere que as autoridades ainda possuem uma perspectiva relativamente positiva para a economia, mesmo que se mostrem preocupados com o impacto do persistente nível de desemprego.
"Os formuladores foram unânimes na visão de que será apropriado reduzir a oferta de liquidez... ao longo do tempo", informou a ata referente à reunião de janeiro.
O documento indicou que, embora haja uma confiança crescente dentro do banco central sobre a eficácia de suas ferramentas para retirar seus estímulos monetários, também há dissensões com relação ao tempo e à sequência dos passos de retirada.
"Vários acharam importante começar um programa de venda de ativos no futuro próximo para garantir que o balanço do Federal Reserve recue mais rapidamente."
Outras autoridades, contudo, pareceram preocupadas com o fato de que se desfazer de dívidas ligadas a hipotecas em um mercado frágil pode elevar o juro para financiamentos imobiliários, comprometendo os avanços conseguidos com a estabilização no mercado de moradias.
O início de construções de moradias nos EUA subiu 2,8 por cento em janeiro, mas, numa taxa anualizada em torno de 591 mil unidades, o nível de atividade mal representa um quarto do pico registrado.
As bolsas de valores norte-americanas interromperam os ganhos após a divulgação da ata, enquanto o dólar subia ante outras moedas. Os preços dos títulos aceleravam as perdas logo depois da divulgação do documento.
Na reunião de janeiro, o Fed manteve a taxa básica de juro próxima de zero e reiterou a promessa de mantê-la extraordinariamente baixa por um "período prolongado".
O presidente do Fed de Kansas City, Thomas Hoenig, divergiu dos colegas no encontro, porque estava desconfortável com a menção sobre a promessa de manutenção do juro. A ata mostrou que ele não quis discordar no geral, mas simplesmente do tom.
Não há uma evidência clara de que a discordância de Hoenig tenha muita simpatia dentro do comitê de política monetária do banco central norte-americano. Mesmo assim, há uma ativa discussão sobre o princípio por trás disso: de que o momento para uma retirada de estímulos pode estar se aproximando.
Hoenig também argumentou que elevar modestamente os custos de financiamentos no curto prazo pode evitar o risco de problemas num prazo mais longo, incluindo uma possível alta nas expectativas inflacionárias, mostrou a ata.