Economia

Até onde vai a política expansionista do Fed, o banco central dos EUA?

Agentes econômicos estarão atentos ao discurso do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, nesta terça, para entender o limite dos estímulos à economia americana

Jerome Powell, do Fed: dúvidas sobre até que ponto o Fed vai continuar a política monetária expansionista de compra de títulos públicos para, na ponta, aquecer a economia dos Estados Unidos em meio à pandemia (Andrew Harrer/Getty Images)

Jerome Powell, do Fed: dúvidas sobre até que ponto o Fed vai continuar a política monetária expansionista de compra de títulos públicos para, na ponta, aquecer a economia dos Estados Unidos em meio à pandemia (Andrew Harrer/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 23 de março de 2021 às 06h17.

Última atualização em 23 de março de 2021 às 06h21.

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Boa parte dos agentes econômicos vai parar o que está fazendo para prestar atenção ao discurso de Jerome Powell, presidente do conselho do Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano, marcado para esta terça-feira às 11h (horário de Brasília).

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Por trás do interesse estão dúvidas sobre até que ponto o Fed vai continuar a política monetária expansionista de compra de títulos públicos para injetar recursos no mercado financeiro e, na ponta, aquecer a economia e acelerar a geração de empregos nos Estados Unidos em meio à pandemia.

Na semana passada, uma reunião do comitê de economistas do Fed, chamada de FOMC, sinalizou a manutenção da política de compra de títulos e de juros baixos mesmo sob o risco de o estímulo aumentar a pressão inflacionária. Muitos agentes econômicos já veem a inflação americana beirando os 3%, acima dos usuais 2% que o Fed costuma perseguir como meta para a inflação.

O presidente do Federal Reserve de Richmond (Virgínia), Thomas Barkin, disse nesta segunda-feira, 22, que não acredita que a economia dos Estados Unidos esteja perto do limite estabelecido pelo banco central antes de começar até mesmo a considerar a retirada de seu programa de compra de títulos.

"Não acho que no momento estejamos com um progresso substancial", disse Barkin, em referência à promessa do Fed de dezembro de continuar comprando títulos em seu ritmo mensal atual até que veja "um progresso substancial" na busca do pleno emprego e da meta de inflação de 2%.

"Quero andar uma boa parte do caminho antes de ter uma conversa sobre se fizemos um progresso substancial", disse Barkin na reunião anual da National Association for Business Economics.

Os comentários de Barkin ecoam os de Jerome Powell, que disse na semana passada que não é hora de sequer começar a falar sobre a retirada das compras de títulos, apesar das previsões do crescimento mais rápido dos EUA em décadas para este ano.

A sinalização do Fed nesta terça-feira é importante para entender o ritmo de recuperação da economia global em 2021. Uma política expansionista na maior economia do planeta pode, de quebra, aumentar o apetite de investidores para investimentos em economias emergentes, como o Brasil.

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