Ata do BCE diz que foram discutidas medidas de estímulos mais agressivas
Dirigentes demonstraram preocupação com uma série de riscos externos, como a desaceleração da economia chinesa, o complicado processo do Brexit
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de abril de 2019 às 09h49.
São Paulo — Dirigentes do Banco Central Europeu ( BCE ) discutiram medidas de estímulos mais agressivas para impulsionar a economia da zona do euro em sua reunião de política monetária de 7 de março e sinalizaram disposição de voltar a agir nos próximos encontros.
A ata da reunião, publicada nesta quinta-feira, 4, mostra que as autoridades do BCE estão preocupadas que o atual momento de fraqueza da zona do euro perdure por mais tempo do que se previa.
Na reunião do mês passado, o BCE afirmou que suas taxas básicas de juros permanecerão nas mínimas históricas atuais até pelo menos o fim do ano e anunciou novas operações de empréstimos baratos destinados a bancos da zona do euro. Anteriormente, o BCE indicava que manteria os juros inalterados até o fim do verão europeu.
Também em 7 de março, alguns dirigentes argumentaram que o BCE não deveria elevar juros antes de março de 2020, aponta o documento.
A ata também mostra que o BCE poderá reajustar sua política "em alguma das próximas reuniões caso a perspectiva evolua de forma menos favorável do que o esperado".
Os dirigentes também demonstraram preocupação com uma série de riscos externos, incluindo tensões comerciais entre Estados Unidos e China, a desaceleração da economia chinesa, o intrincado processo do Brexit - como é conhecido o processo para que o Reino Unido se retire da União Europeia - e vulnerabilidades nos mercados emergentes.
Na avaliação do BCE, alguns fatores por trás da fraqueza da zona do euro, como os desdobramentos na China, "não deverão diminuir em poucos meses" e a persistência das incertezas poderá ter impacto negativo mais forte nos investimentos.
O documento também evidenciou a preocupação de alguns dirigentes do BCE com os efeitos dos juros baixos na rentabilidade do setor bancário da zona do euro. Um deles pediu análise mais abrangente do impacto da política no setor financeiro da região.