Economia

Assessores de Trump preparam medidas econômicas contra coronavírus

Segundo fontes, um pequeno grupo de representantes da Casa Branca e do Tesouro trabalhou na proposta durante o fim de semana

Trump: cresce pressão para que o presidente tome medidas mais decisivas diante do aumento do número de casos de contaminação (Andrew Harrer/Bloomberg)

Trump: cresce pressão para que o presidente tome medidas mais decisivas diante do aumento do número de casos de contaminação (Andrew Harrer/Bloomberg)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 9 de março de 2020 às 15h36.

Última atualização em 9 de março de 2020 às 15h42.

O governo Donald Trump prepara medidas para atenuar as consequências econômicas do coronavírus e tentar atrasar a propagação da doença nos Estados Unidos, como uma expansão temporária de licenças médicas remuneradas e possível ajuda para empresas que sejam afetadas pelo surto, segundo três pessoas a par do assunto.

O pacote econômico ainda está sob discussão e não foi apresentado ao presidente Trump. Algumas propostas podem mudar, enquanto outras, como o plano de licenças médicas, podem exigir aprovação do Congresso.

Um pequeno grupo de representantes da Casa Branca e do Tesouro trabalhou na proposta durante o fim de semana, disseram as pessoas. Não se sabe quando alguma medida econômica seria anunciada, mas, provavelmente, seriam implementadas passo a passo. Primeiro, com a ajuda a indivíduos infectados e, depois, para empresas e trabalhadores afetados por perdas econômicas.

Cresce a pressão para que Trump tome medidas mais decisivas em resposta ao surto de vírus diante do aumento do número de casos nos EUA e no mundo. No entanto, os planos ainda em elaboração no Departamento do Tesouro podem ficar aquém do necessário, pois o setor privado, particularmente companhias aéreas e empresas de cruzeiros, pede por mais ajuda.

Até agora, o presidente dos EUA e assessores têm afirmado que a economia dos EUA é resiliente o suficiente para lidar com o impacto do vírus e apelaram para uma ação do Federal Reserve.

Embora a Casa Branca tenha colocado o Fed na linha de frente, economistas destacam que a crise atual exigirá uma resposta em vários níveis de governos, profissionais de saúde, bancos centrais e outros para conter os danos humanos e econômicos.

Autoridades de saúde pública alertaram que, com o número crescente de casos, as mudanças no dia a dia dos americanos são inevitáveis. Companhias aéreas, linhas de cruzeiros e outras empresas relacionadas a viagens já sentem o impacto.

No domingo, a crise chegou mais perto de Washington: o senador Ted Cruz, um republicano do Texas, anunciou que iria se isolar depois de ter entrado em contato com uma pessoa infectada na Conferência de Ação Política Conservadora no último fim de semana.

Na sexta-feira, Trump assinou um projeto de lei de gastos de emergência de US$ 7,8 bilhões que reembolsa governos estaduais e locais pelo custo do combate ao coronavírus. O pacote também inclui US$ 3,1 bilhões para estoques de suprimentos médicos e US$ 300 milhões para compras governamentais de testes, vacinas e terapias para garantir que pessoas de baixa renda tenham acesso.

Outro dispositivo do projeto de lei assinado por Trump libera até US$ 7 bilhões em empréstimos com juros baixos para pequenas empresas afetadas pelo surto. Parlamentares acreditam que o Congresso tenha que fornecer mais fundos de emergência antes que o surto de vírus seja controlado.

(Com a colaboração de Max Reyes e Richard Miller).

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