Arábia Saudita: mercado se recuperará mesmo sem acordo na Opep
O ministro do Petróleo da Arábia Saudita destacou que os países "estão aproximando" suas posições para chegar a um acordo hoje
EFE
Publicado em 30 de novembro de 2016 às 09h32.
Viena - O ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Khalid al Falih, afirmou nesta quarta-feira, no início de uma reunião crucial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo ( Opep ), em Viena, na Áustria, que o mercado de petróleo também vai se recuperar se o grupo não chegar a um acordo para limitar sua produção.
"Há dois cenários: o decente e o excelente. Sem acordo, haverá uma recuperação decente do mercado", disse o ministro saudita, ao lembrar que "os fundamentos do mercado se movimentam na direção correta".
Em todo caso, Falih destacou que os países da Opep "estão aproximando" suas posições para chegar a um acordo hoje.
Segundo o ministro saudita, cujo país é o principal produtor dentro da Opep, o modelo "que mais atenção está atraindo" é o de fixar a produção em 32,5 milhões de barris diários, sem contar Líbia e Nigéria.
"A Arábia Saudita é receptiva a esse modelo, que significará um grande corte para nós e de nossas previsões para 2017. Mas não vamos fazê-lo se não tivermos a certeza de um acordo", garantiu Falih.
Quanto à participação dos países não-membros da Opep em um eventual corte ou congelamento da produção, sobretudo da Rússia, o ministro saudita disse que "não pode forçaá-los" a tomarem uma decisão antes de fechar um acordo dentro da Opep.
Em todo caso, Falih deixou claro que a Rússia deve reduzir sua produção, e não apenas congelá-la, como propõe Moscou.
"A Rússia chegou a seu máximo histórico de produção. Congelar nesse nível não é o mesmo que faz a Opep", disse o ministro saudita.
"Hoje é um dia crítico para a Opep, para chegar a um consenso para a implementação do acordo da Argélia (em setembro). Acredito que os países que não são da Opep vão contribuir com sua parte na mesma medida", concluiu o ministro saudita.
A Opep chegou a um acordo em setembro na Argélia para limitar sua produção com o objetivo de estabilizar os preços, mas, desde então, os países-membros do grupo não conseguiram um consenso para estipular os detalhes do mesmo.