Após crítica de Guedes, FMI anuncia fechamento do escritório no Brasil
Ministro da Economia afirmou nesta quarta, em São Paulo, que instituição não precisaria mais fazer previsões sobre a economia brasileira
Agência O Globo
Publicado em 16 de dezembro de 2021 às 10h17.
Última atualização em 16 de dezembro de 2021 às 10h19.
Um dia após ser criticado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, o FMI confirmou em nota, na manhã desta quinta-feira, que fechará seu escritório de representação no Brasil. A unidade em Brasília funciona como uma espécie de “embaixada” da instituição.
“O FMI fechou um acordo com as autoridades brasileiras para encerrar o Escritório de Representação do FMI em Brasília até 30 de junho de 2022”, informou, em nota o Fundo, lembrando que esta é a data do fim do mandato do atual representante do Fundo no país.
Nesta quarta-feira, Guedes antecipou que a missão do FMI no Brasil seria encerrada e disse que havia assinado o documento para terminar a cooperação internacional com o Fundo.
— Vou dizer até com delicadeza que nós estamos dispensando o FMI. Eles estão aqui há bastante tempo, havia bastante desequilíbrio. E eu assinei: pode voltar, pode passear lá fora. Vieram aqui para prever uma queda de 9,7%, e a Inglaterra ia cair 4%. Nós caímos 4%, a Inglaterra, 9,7%. Achamos melhor eles fazerem previsões em outro lugar — afirmou Guedes, em evento na Fiesp.
O ministro disse ainda que há muitos anos não haveria mais necessidade de o Fundo manter seus representantes no Brasil e que eles "ficaram porque gostam de feijoada, de jogo de futebol, de conversa boa, e, de vez em quando, criticar um pouco e fazer previsão errada".
O FMI informou que o escritório foi aberto em 1999, quando o país ainda recorria aos empréstimos da entidade para obter liquidez internacional.
“Embora o acordo do FMI com o Brasil tenha terminado em 2005, o escritório foi mantido aberto para facilitar o diálogo entre o corpo técnico do Fundo e as autoridades”.
A nota ainda indica que pretende manter uma boa relação com O Brasil, apesar das críticas de Guedes.
“Esperamos que a alta qualidade do envolvimento do corpo técnico do Fundo com as autoridades brasileiras continue, à medida que trabalhamos de perto para apoiar o Brasil no fortalecimento de sua política econômica e configurações institucionais”, conclui a nota.
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