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Com alta do petróleo, Petrobras pode fazer novos reajustes na gasolina

Apesar de reajuste que entra em vigor hoje, 6, o preço da gasolina no Brasil está defasado em relação ao petróleo

Senado aprovou pacote de projetos para reduzir preço de combustíveis (Busakorn Pongparnit/Getty Images)
AO

Agência O Globo

Publicado em 6 de julho de 2021 às 13h10.

Última atualização em 6 de julho de 2021 às 13h12.

O preço do petróleo alcançou a maior alta desde 2014, nesta terça-feira, após divergências entre os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus parceiros, reunidos na OPEP+. Com a disparada da cotação, é possível que a Petrobras anuncie novos reajustes nas próximas semanas.

Hoje, e ntra em vigor o aumento de 6,32% da gasolina nas refinarias brasileiras. Mesmo com o reajuste, o preço do combustível ainda tem defasagem de 14%, de acordo com Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos, reforçando a tendência de novas altas num futuro próximo.

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O barril do óleo leve americano, o WTI, para entrega em agosto, referência nos Estados Unidos, atingiu hoje US$ 76,98, maior cotação desde novembro de 2014. Depois, perdeu um pouco o fôlego e, às 8h45 GMT (5h45 em Brasília), subia 1,92%, a US$ 76,60.

Fracasso nas negociações

Já o barril de petróleo tipo Brent para entrega em setembro, referência na Europa, subiu para US$ 77,84 pela primeira vez desde o final de outubro de 2018. Às 8h45 GMT, era negociado a US$ 77,58, com uma alta de 0,54% em relação à véspera.

Países que integram a Opep + têm se reunidos desde a semana passada para avaliar um aumento na produção de petróleo. No entanto, devido a divergências os membros do grupo cancelaram a reunião marcada para ontem. Ainda não há uma nova data para um próximo encontro.

- A falta de acordo sobre os aumentos de produção em agosto e mais para frente deixa o mercado ainda mais deficitário do que antes - disse Neil Wilson no site Markets.com

No ano passado, o grupo cortou produção devido à queda no consumo durante a pandemia. Neste ano, os 23 países que integram a aliança concordaram em elevar a produção em 2 milhões de barris entre maio e julho.

Resistência dos Emirados Árabes

Mas ainda não havia uma definição de como seria a oferta de petróleo a partir de agosto. A estimativa é que, com a recuperação das economias globais, a demanda será 5 milhões de barris acima da verificada no primeiro semestre, segundo a Bloomberg.

Por isso, países como a Rússia e a Arábia Saudita querem ampliar a produção, condicionando essa alta à manutenção das cotas de cada membro, previstas num acordo firmado em 2020 e que vai até abril de 2022.

Mas os Emirados Árabes Unidos rejeitaram a proposta. Eles querem que qualquer aumento de produção esteja atreçado a uma atualização do acordo de cotas.

Se a situação não se resolver, o fracasso das negociações pode levar à renovação, em agosto, das cotas de produção aplicadas em julho. Na prática, isso significará não aumentar a produção, pressionando os preços.

No Brasil, a Petrobras vai reajustar de uma só vez os preços da gasolina, do diesel e do gás de botijão (GLP) a partir desta terça-feira para as distribuidoras.

No caso da gasolina, o preço médio por litro sobe 6,32%, de R$ 2,53 para R$ 2,69 nas refinarias. Assim, acumula alta de cerca de 46% desde janeiro.

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