Economia

Apenas atual governo conversará com FMI

Depois de quatro horas de conversa, Antonio Palocci, chefe da equipe de transição do governo Lula, e o ministro Pedro Malan, da Fazenda, decidiram que apenas a equipe do governo atual falará com a missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) que está no país. No final da reunião que aconteceu ontem (11/11), Palocci afirmou também […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h00.

Depois de quatro horas de conversa, Antonio Palocci, chefe da equipe de transição do governo Lula, e o ministro Pedro Malan, da Fazenda, decidiram que apenas a equipe do governo atual falará com a missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) que está no país. No final da reunião que aconteceu ontem (11/11), Palocci afirmou também que o futuro governo não pretende se manifestar a favor da manutenção da meta do superávit primário. "Nada está fechado em relação a este assunto", disse ele.

Palocci também se encontrou com o secretário Everardo Maciel, da receita Federal. O encontro com o ministro e o secretário teve como objetivo discutir assuntos relacionados ao Tesouro Nacional, como arrecadação e orçamento. Questionado sobre a visita da missão do FMI, Palocci disse que a missão do Fundo deve fazer apenas uma avaliação do acordo fechado com o governo atual, e não uma revisão das metas. Por este motivo, apenas membros do governo de Fernando Henrique Cardoso deverão participar das conversações sobre o acordo. "Não se trata de uma reconsideração de metas, mas apenas de uma avaliação do acordo. Vamos deixar que esta avaliação produza seus próprios assuntos", disse Palocci à agência Reuters.

A possibilidade de haver um encontro entre o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e técnicos do organismo no início da próxima semana não foi descartada. O encontro poderia ocorrer independentemente das reuniões entre o FMI e o governo atual. "Se eles quiserem, existe a possibilidade de conversar com Lula. Mas não é o previsto", afirmou ele. O mais provável seria uma reunião em que participassem técnicos da equipe de transição de Lula.

Quanto à possibilidade de revisão da meta de superávit primário para o ano que vem, o coordenador da equipe de transição disse que vai aguardar o rumo das discussões com o atual governo. Ele continua afirmando que é muito cedo para propor a revisão da meta, fixada em 3,75% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2003. Além disso, Palocci deu a entender que não espera esta discussão com a equipe do FMI. "Tudo indica que a visita da comissão seja uma visita regular, de trabalho".

Enquanto o encontro com a missão do FMI ainda é uma incógnita, o presidente eleito deverá ter sua primeira reunião com o presidente do Banco Mundial (Bird) na próxima semana. No final da tarde, o Bird confirmou a vinda de seu presidente, James D. Wolfensohn, ao Brasil no dia 18 de novembro. Ele vai se encontrar com Lula e também com o presidente Fernando Henrique Cardoso.

Hoje (12/11), Palocci se reunirá com o ministro da Casa Civil, Pedro Parente, que chefia a equipe de transição do governo FHC.

FMI influencia pouco; rolagem de dívida pressiona

O mercado iniciou a semana tranqüilo. Apesar de uma certa dose de suspense, as reuniões com o FMI não chegaram a influenciar a taxa de câmbio, que é afetada mesmo pelo vencimento da dívida do governo na próxima quinta-feira (14/11), véspera de feriado.

Ontem, na segunda tentativa de rolagem desta dívida, o governo não teve tanto sucesso quanto na sexta-feira passada (8/11). A demanda por swap cambial foi fraca, o que impediu uma queda maior do valor do dólar (que fechou em baixa de 0,76%). Hoje, o BC fará a terceira operação do gênero para tentar alongar uma dívida de 1,9 bilhão de dólares que vence depois de amanhã.

O mercado também deve ficar atento ao Iraque. Hoje, o Parlamento iraquiano votou contra o pedido de desarmamento de Bagdá, capital do apís, sugerido pela Organização das Nações Unidas (ONU na sexta-feira (8/11). A decisão final será de Sadam Husseim, mas a votação de hoje faz com que os temores de uma guerra com os Estados UNidos crescerem. As expectativas negativas podem provocar uma crise nos preços do petróleo com graves consequências para a economia mundial.

Indicadores de hoje

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) divulgou a inflação de São Paulo, que foi a 1,55% na primeira prévia de novembro. A pressão sobre o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) vem da alta dos preços dos alimentos.

O índice da primeira parcial de novembro de 2002 é bastante superior ao registrado na primeira quadrissemana de outubro, que ficou em 0,81%. No resultado fechado do mês passado, há uma semana, último dado divulgado pela Fipe, a inflação havia chegado a 1,28%. A primeira prévia de novembro do ano passado havia registrado inflação de 0,85%.

Os resultados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e do Índice Geral de Preços (IGP-DI), que serão divulgados hoje, também devem apresentar variações superiores às verificadas em setembro e no acumulado do ano. Para o IPCA de outubro, a expectativa é uma variação de cerca de 1,3% (8,45% em 12 meses), contra 0,72% de setembro (7,93% em 12 meses). Já o IGP-DI de outubro deve variar cerca de 4,2% (17,35% em 12 meses), enquanto o de setembro ficou em 2,64% (14,28% em 12 meses).

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