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Aneel diz que União deve R$ 1,13 bilhão a consumidores

É obrigação legal da União devolver o dinheiro arrecadado a mais para os consumidores, segundo a Aneel

Poste de luz: governo se apropriou de R$ 1,130 bilhão, segundo a Aneel (Kostas Tsironis/Bloomberg/Bloomberg)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de abril de 2017 às 10h49.

Brasília - O governo se apropriou indevidamente de R$ 1,130 bilhão e se recusa a devolver o valor aos consumidores de energia elétrica . A restituição resultaria num desconto médio de 0,8% nas contas de luz de clientes de todo o País. Apesar dos apelos da Agência Nacional de Energia Elétrica ( Aneel ), a União ignora o pleito e descumpre uma lei há quatro anos.

Um ofício obtido pelo jornal "O Estado de S. Paulo" demonstra a cobrança, pela Aneel, aos ministros do Planejamento, Dyogo Oliveira, e de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.

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O documento, assinado pelo diretor-geral do órgão regulador, Romeu Rufino, diz que é obrigação legal da União devolver o dinheiro arrecadado a mais para os consumidores e incluir o valor no Orçamento.

A Aneel, porém, não pode incluir o valor na tarifa sem que ele esteja no Orçamento. Neste ano, a agência se antecipou e enviou o ofício em 31 de março.

O prazo final para apresentação da Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2018 termina em agosto.

É a quinta vez que a Aneel cobra o governo sobre essa devolução. Na primeira, em 2014, a resposta recebida foi que, "por decisão de instâncias superiores e/ou do Ministério do Planejamento", os valores não foram incluídos no Orçamento.

"Com a devida previsão orçamentária, a Aneel reverterá os correspondentes valores para a modicidade tarifária, com efeito redutor das tarifas pagas pelos consumidores finais de energia elétrica", diz o ofício enviado há uma semana.

Cobrança

O valor de R$ 1,130 bilhão se refere a uma arrecadação a maior, feita entre 2010 e 2012, realizada para compensar Estados que teriam prejuízo financeiro com a conclusão de obras de conexão ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Apesar dos benefícios ao País e à população das regiões isoladas, haveria redução no uso de usinas termelétricas para suprir esses locais e, consequentemente, da arrecadação dos Estados do Norte com o ICMS sobre os combustíveis fósseis.

Lei aprovada em 2009 estabeleceu uma cobrança extra, para compensar esses Estado. Entre 2010 e 2012, o governo arrecadou R$ 747,8 milhões, que, corrigidos pela Selic, correspondem a R$ 1,130 bilhão, segundo a Aneel.

A lei também estabeleceu que eventuais saldos positivos decorrentes dessa arrecadação deveriam ser devolvidos.

O Ministério de Minas e Energia e do Planejamento confirmaram que receberam documento da Aneel e que o pedido está sendo analisado por técnicos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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