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Americanos gastam o que economizaram com a gasolina

Os americanos estão comendo, fumando e bebendo com o dinheiro que economizaram com a gasolina barata

Gasolina: preços mais baixos do petróleo desde 2009 se traduziram em uma economia de US$ 115 bilhões para os consumidores no ano passado (REUTERS/Sergio Moraes)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2016 às 20h52.

Os americanos estão comendo, fumando e bebendo com o dinheiro que economizaram com a gasolina barata.

Embora essa não seja uma boa notícia para os médicos deles, ela rende uma receita inesperada para empresas como a Monster Beverage Corp. e a gigante do tabaco Altria Group Inc.

Os preços mais baixos do petróleo desde 2009 se traduziram em uma economia de US$ 115 bilhões para os consumidores no ano passado, segundo a Associação Automobilística Americana -- cerca de US$ 550 por motorista.

Os analistas dizem que quatro quintos desse total foram gastos -- muitas vezes muito perto das bombas de combustível.

Em vez de comprarem um casaco novo ou um brinquedo para os filhos, os motoristas gastaram a maior parte do dinheiro em restaurantes e bares ou em produtos comercializados nos próprios postos de combustível, como cigarros e salgadinhos.

“A maior parte dessa economia está indo para produtos pecaminosos: cigarros, bebidas, alimentos de má qualidade”, disse Craig Johnson, presidente da empresa de pesquisa do varejo Customer Growth Partners. “Uma pequena fração está indo para as poupanças, mas realmente não muito”.

Até o momento, as empresas de restaurantes têm sido as maiores vencedoras, sugando cerca de 18 por cento do dinheiro extra, segundo um relatório do JPMorgan Chase Institute, que analisou 57 milhões de compras com cartões de crédito e débito. A segunda maior fatia foi para as compras do supermercado, seguida pelos gastos com entretenimento.

As redes de fast-food, como McDonald’s, Wendy’s ou Taco Bell -- muitas vezes localizadas perto de postos de combustível -- são as que mais se beneficiam com os preços mais baixos, porque atendem a clientes de renda inferior que sentem uma mudança maior no orçamento mensal e estão mais propensos a gastar o dinheiro que sobra, disse Darren Tristano, presidente da Technomic Inc., uma empresa de pesquisa de consumo.

Comer fora

“São os grupos de renda mais baixa que estão comendo fora com mais frequência e impulsionando as vendas nessas categorias”, disse Tristano.

Embora a economia com a gasolina não seja grande o suficiente para arcar com um restaurante caro em vez de cozinhar em casa, os consumidores estão usando o dinheiro em pequenos detalhes para satisfação própria, como, por exemplo, adicionar bacon ao hambúrguer ou comprar o almoço em vez de levar uma marmita de casa, disse ele.

Em restaurantes como Olive Garden e Longhorn Steakhouse, ambos de propriedade da Darden Restaurants Inc., os clientes estão pedindo mais bebidas alcoólicas, sobremesas e aperitivos, disse Eugene Lee, CEO da empresa, a analistas em uma teleconferência em junho. O Standard Poor’s 500 Restaurant Index subiu 22 por cento em 2015, um ano em que o índice de referência S&P 500 registrou prejuízo.

Gêneros alimentícios

Houve também um incremento nas vendas dos itens alimentícios vendidos em postos de combustível e em lojas de conveniência, como bebidas energéticas, salgadinhos e cerveja, porque os consumidores estão enchendo o tanque com mais frequência, segundo a Bloomberg Intelligence.

As vendas de bebidas energéticas, como aquelas produzidas por Monster, Red Bull, PepsiCo e Coca-Cola, subiram 12 por cento em novembro em relação ao ano anterior.

As empresas de cigarros vêm alardeando o benefício da gasolina barata em suas receitas americanas há meses.

A Altria, que detém as maiores vendas nos EUA, registrou um aumento de 9,4 por cento no lucro do terceiro trimestre e disse que os preços mais baixos da gasolina renderam aos fumantes mais dinheiro para gastar em cigarros, que frequentemente são vendidos em postos de gasolina.

A vantagem inesperada no setor energético, combinada com a melhora do mercado de trabalho e com os cortes nos programas antitabagistas do governo, vem impulsionando as vendas em todo o setor -- provavelmente transformando 2015 no primeiro ano em mais de uma década em que se registrou um aumento no número de cigarros vendidos.

Diferentemente das empresas de alimentos e cigarros, as lojas não têm anunciado publicamente os benefícios da gasolina mais barata, segundo uma análise de transcrições corporativas do ano passado.

Mas elas provavelmente ganharam impulso com os clientes que gastaram durante as festas de final de ano parte da economia obtida na bomba de combustível: as vendas entre o feriado de Ação de Graças e o Natal subiram 20 por cento, segundo a MasterCard Advisors, que analista as compras com cartões de crédito.

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Os americanos estão comendo, fumando e bebendo com o dinheiro que economizaram com a gasolina barata.

Embora essa não seja uma boa notícia para os médicos deles, ela rende uma receita inesperada para empresas como a Monster Beverage Corp. e a gigante do tabaco Altria Group Inc.

Os preços mais baixos do petróleo desde 2009 se traduziram em uma economia de US$ 115 bilhões para os consumidores no ano passado, segundo a Associação Automobilística Americana -- cerca de US$ 550 por motorista.

Os analistas dizem que quatro quintos desse total foram gastos -- muitas vezes muito perto das bombas de combustível.

Em vez de comprarem um casaco novo ou um brinquedo para os filhos, os motoristas gastaram a maior parte do dinheiro em restaurantes e bares ou em produtos comercializados nos próprios postos de combustível, como cigarros e salgadinhos.

“A maior parte dessa economia está indo para produtos pecaminosos: cigarros, bebidas, alimentos de má qualidade”, disse Craig Johnson, presidente da empresa de pesquisa do varejo Customer Growth Partners. “Uma pequena fração está indo para as poupanças, mas realmente não muito”.

Até o momento, as empresas de restaurantes têm sido as maiores vencedoras, sugando cerca de 18 por cento do dinheiro extra, segundo um relatório do JPMorgan Chase Institute, que analisou 57 milhões de compras com cartões de crédito e débito. A segunda maior fatia foi para as compras do supermercado, seguida pelos gastos com entretenimento.

As redes de fast-food, como McDonald’s, Wendy’s ou Taco Bell -- muitas vezes localizadas perto de postos de combustível -- são as que mais se beneficiam com os preços mais baixos, porque atendem a clientes de renda inferior que sentem uma mudança maior no orçamento mensal e estão mais propensos a gastar o dinheiro que sobra, disse Darren Tristano, presidente da Technomic Inc., uma empresa de pesquisa de consumo.

Comer fora

“São os grupos de renda mais baixa que estão comendo fora com mais frequência e impulsionando as vendas nessas categorias”, disse Tristano.

Embora a economia com a gasolina não seja grande o suficiente para arcar com um restaurante caro em vez de cozinhar em casa, os consumidores estão usando o dinheiro em pequenos detalhes para satisfação própria, como, por exemplo, adicionar bacon ao hambúrguer ou comprar o almoço em vez de levar uma marmita de casa, disse ele.

Em restaurantes como Olive Garden e Longhorn Steakhouse, ambos de propriedade da Darden Restaurants Inc., os clientes estão pedindo mais bebidas alcoólicas, sobremesas e aperitivos, disse Eugene Lee, CEO da empresa, a analistas em uma teleconferência em junho. O Standard Poor’s 500 Restaurant Index subiu 22 por cento em 2015, um ano em que o índice de referência S&P 500 registrou prejuízo.

Gêneros alimentícios

Houve também um incremento nas vendas dos itens alimentícios vendidos em postos de combustível e em lojas de conveniência, como bebidas energéticas, salgadinhos e cerveja, porque os consumidores estão enchendo o tanque com mais frequência, segundo a Bloomberg Intelligence.

As vendas de bebidas energéticas, como aquelas produzidas por Monster, Red Bull, PepsiCo e Coca-Cola, subiram 12 por cento em novembro em relação ao ano anterior.

As empresas de cigarros vêm alardeando o benefício da gasolina barata em suas receitas americanas há meses.

A Altria, que detém as maiores vendas nos EUA, registrou um aumento de 9,4 por cento no lucro do terceiro trimestre e disse que os preços mais baixos da gasolina renderam aos fumantes mais dinheiro para gastar em cigarros, que frequentemente são vendidos em postos de gasolina.

A vantagem inesperada no setor energético, combinada com a melhora do mercado de trabalho e com os cortes nos programas antitabagistas do governo, vem impulsionando as vendas em todo o setor -- provavelmente transformando 2015 no primeiro ano em mais de uma década em que se registrou um aumento no número de cigarros vendidos.

Diferentemente das empresas de alimentos e cigarros, as lojas não têm anunciado publicamente os benefícios da gasolina mais barata, segundo uma análise de transcrições corporativas do ano passado.

Mas elas provavelmente ganharam impulso com os clientes que gastaram durante as festas de final de ano parte da economia obtida na bomba de combustível: as vendas entre o feriado de Ação de Graças e o Natal subiram 20 por cento, segundo a MasterCard Advisors, que analista as compras com cartões de crédito.

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