América Latina tem bases mais sólidas para crescer, diz Cepal
Na avaliação do organismo, os países latino-americanos deveriam aproveitar o momento mais favorável para reforçar sua presença internacional e superar fragilidades remanescentes, como o predomínio das exportações de produtos básicos no Cone Sul
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h33.
Em seu relatório anual, a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) identificou que, ao menos no médio prazo, o crescimento da região pode ser assegurado não apenas pelo cenário internacional favorável. Também contribui o fato de que a grande maioria os países latino-americanos apresentam neste momento condições macroeconômicas mais sadias que em outros anos.
A região tem superávits e a paridade cambial está alta em grande parte dos países o que favorece as exportações e reduz a fragilidade frente às crises internacionais. Também existe tendência de aumento no consumo, pois há três anos se registram aumentos de salários. Desde o início da década, a região, dona de grandes reservas minerais, também tem sido favorecida pelas altas dos preços internacionais das commodities.
A Cepal prevê um ano positivo para a economia da região porém menos favorável se comparado ao ano de 2004. Pelas estimativas da instituição, a América Latina deverá crescer cerca de 4% neste ano, ante 5,5% registrados no ano passado. Entre os fatores que podem afetar negativamente a região estão a desaceleração da economia americana e os aumentos no preço do petróleo.
Na avaliação da Cepal, os países latino-americanos deveriam aproveitar o momento mais favorável para reforçar sua presença internacional e rever alguns modelos mais frágeis que ainda servem de sustentação econômica. Entre as prioridades estariam reduzir a dependência das exportações de produtos básicos, especialmente nos países do Cone Sul, e minimizar as exportações que dependem do pagamento de salários mais baixos, situação que particularmente predomina no México.
Crescimento Econômico (% do PIB) | |||
América Latina e Caribe | |||
País | 2003 | 2004 | 2005 |
Argentina | 8,7 | 8,2 | 5,0 |
Bolívia | 2,4 | 3,8 | 4,0 |
Brasil | 0,6 | 5,2 | 4,0 |
Chile | 3,3 | 5,8 | 6,0 |
Colômbia | 4,1 | 3,3 | 3,0 |
Costa Rica | 6,4 | 4,1 | 3,5 |
Cuba | 2,5 | 3,0 | 4,0 |
Equador | 2,3 | 6,3 | 3,5 |
El Salvador | 2,0 | 1,8 | 2,0 |
Guatemala | 2,0 | 2,6 | 3,0 |
Haiti | 0,5 | -3,0 | 2,0 |
Honduras | 3,5 | 4,3 | 4,0 |
México | 1,2 | 4,1 | 3,6 |
Nicarágua | 2,3 | 4,0 | 3,5 |
Panam | 4,7 | 6,0 | 4,5 |
Paraguai | 3,8 | 2,8 | 3,5 |
Peru | 3,8 | 4,6 | 4,0 |
República Dominicana | -0,4 | 1,8 | 2,0 |
Uruguai | 3,0 | 12,0 | 6,0 |
Venezuela | -9,7 | 18,0 | 5,0 |
América Latina | 1,9 | 5,5 | 4,0 |
Caribe | 3,4 | 4,3 | 4,0 |
AL e Caribe | 1,9 | 5,5 | 4,0 |
Fonte: Cepal |