Economia

Alta do juro real deve ampliar custo da dívida, diz FMI

A alta da inflação deixa um espaço limitado para cortes de juros, como no Brasil, diz fundo


	FMI: no relatório Estabilidade Financeira Global, o Brasil aparece no pico da curva de aceleração de inflação entre os países em desenvolvimento
 (AFP/ Saul Loeb)

FMI: no relatório Estabilidade Financeira Global, o Brasil aparece no pico da curva de aceleração de inflação entre os países em desenvolvimento (AFP/ Saul Loeb)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2015 às 12h21.

Washington - A dinâmica da inflação mostra caminhos diferentes entre os países emergentes. A maioria dos latino-americanos e a Rússia seguem registrando aceleração ou inflação acima da meta. Isso deixa um espaço limitado para cortes de juros, como no Brasil, diz o Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Para o Brasil, Índia, Indonésia e Turquia, o esperado aumento na taxa real de juros em 2015, na comparação com os quatro anos anteriores, pode ampliar o custo do serviço de dívida no setor privado, onde o crédito cresceu fortemente nos últimos anos."

No relatório Estabilidade Financeira Global, divulgado hoje durante a reunião de Primavera do Fundo, o Brasil aparece no pico da curva de aceleração de inflação entre os países em desenvolvimento.

Enquanto isso, economias da Ásia, Hungria e Polônia estão verificando queda nos indicadores de preços, pois alguns países se beneficiam da redução no valor do petróleo.

"O alívio das pressões inflacionárias traz um bem-vindo aumento de espaço para a política monetária em países onde o crescimento deve desacelerar", aponta o FMI.

Desinflação na China

O FMI destaca que a desinflação na China pode complicar a transição para o momento de crescimento econômico mais moderado do país.

Além da queda do petróleo, o comportamento dos preços chineses pode refletir fatores mais duradouros, como o excesso de capacidade em indústrias pesadas e de oferta no setor imobiliário.

"A retração dos preços das moradias é necessária para melhorar o equilíbrio entre oferta e demanda, mas pode levar a quedas maiores do que o esperado no setor financeiro", afirma o relatório do Fundo.

"Além disso, um estresse entre empresas do segmento pode respingar em outros países, já que as emissões externas da área somam US$ 130 bilhões desde 2010."

O fundo também avalia que a China deveria tratar da questão do shadow banking, de forma a permitir uma "correção ordenada dos excessos" dessa área, apontada como uma das medidas mais necessárias para assegurar a estabilidade financeira do país.

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