Economia

Acordo entre Mercosul e UE terá "efeito dominó", avalia Bolsonaro no Japão

Presidente afirmou que outros países devem fazer negociações com o Brasil, e ressaltou que maiores entraves no acerto foram setores de vinhos e laticínios

Bolsonaro: presidente participou de reunião do G20, no Japão (Kazuhiro Nogi / Pool/Reuters)

Bolsonaro: presidente participou de reunião do G20, no Japão (Kazuhiro Nogi / Pool/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de junho de 2019 às 10h32.

Última atualização em 29 de junho de 2019 às 10h33.

Osaka - O fechamento do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia se tornará uma "operação dominó", segundo o presidente Jair Bolsonaro. "Outros países devem fazer acordo conosco", afirmou durante entrevista coletiva a jornalistas na manhã deste sábado no Japão (fim da noite de sexta-feira, 28, no Brasil).

Ele disse que as informações foram passadas de Bruxelas pelos ministros de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e de Agricultura, Tereza Cristina. "Os ministros estão muito felizes com esse desenlace após 20 anos", comemorou.

Ele salientou que as principais pendências nos momentos finais das negociações foram no setor de vinho e laticínios, como vinha antecipando o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. "Tinha problemas nesses setores.", comentou. Bolsonaro analisou que, com base no que os ministros reportaram, o fechamento do acordo foi "muito bom para o Brasil".

O presidente afirmou que, durante sua campanha, a imprensa duvidada de que ele seria "convertido ao livre mercado", mas afirma que "evoluiu". "Confesso que em grande parte eu tinha ideias estatizantes, mas todos nós evoluímos. Nós acreditamos que somente o livre comércio, onde o indivíduo é forte e não o Estado, é que podemos sonhar com democracia, liberdade e prosperidade. Estamos alinhados", afirmou.

Para Bolsonaro, países europeus estão acostumados a ver o Brasil como colônia. A fala vem em meio a pressões de Alemanha e França por mudanças nas políticas ambientais do governo. "Não é uma questão de arrogância, eles foram acostumados a tratar nós como colonizados. Faltava alguém que educadamente mostrasse que o Brasil não é isso, que o Brasil é um país que merece e vai ser respeitado enquanto eu for presidente. Esses chefes de Estado estão fazendo seu papel e o Brasil nunca fez isso", afirmou a jornalistas.

O presidente afirmou que a chanceler alemã, Angela Merkel, "arregalou os olhos" ao saber das questões ambientais brasileiras ao conversar com ele no G-20 e disse ter falado com a alemã sobre a "psicose ambientalista" que existe no Brasil - ele definiu o termo como "aquele cara que acha que o meio ambiente está acima de tudo". "Nós temos como conviver com o meio ambiente casado com o progresso", afirmou Bolsonaro.

Bolsonaro afirma que "no momento" o País está no Acordo de Paris e que o Brasil não pode se deixar "difamar" na questão ambiental.

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