Economia global sob tormenta
O mundo não anda lá muito bem, e hoje isso deve ficar claro nos números. O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulga seu relatório semestral com atualização das previsões para a economia global. Em abril, o FMI já apontava que o mundo está “muito devagar, há muito tempo”, e os últimos meses não trouxeram novidades animadoras. […]
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2016 às 20h01.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h42.
O mundo não anda lá muito bem, e hoje isso deve ficar claro nos números. O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulga seu relatório semestral com atualização das previsões para a economia global. Em abril, o FMI já apontava que o mundo está “muito devagar, há muito tempo”, e os últimos meses não trouxeram novidades animadoras. Pelo contrário: o cenário político conturbado indica que as previsões devem ser revisadas para baixo e o mundo deve crescer ainda menos do que se esperava no início do ano.
Motivos não faltam. Redução de ritmo chinês, Brexit, atentados terroristas, tentativa de golpe na Turquia, crise de refugiados, impeachment no Brasil, desentendimentos no Mercosul – tudo isso tem contribuído para instabilidade e enfraquecimento da economia. Em janeiro, o FMI previa um crescimento global de 3,4% para 2016, valor que foi revisado para 3,2% em abril e deve cair ainda mais, podendo apresentar um ritmo pior ou igual ao do ano passado, que teve crescimento de 3,1%.
O Banco Mundial, que publica outra pesquisa sobre a saúde econômica global, divulgou em junho uma estimativa 0,5 ponto percentual mais baixa que em janeiro, e avalia que o mundo deve crescer apenas 2,4% em 2016.
No novo relatório do FMI, também será possível ter noção do quando o Brexit vai impactar a economia global no curto prazo. A maior ameaça para o Reino Unido neste momento, segundo a instituição anunciou previamente, é em relação ao papel de Londres como principal centro financeiro global. O FMI alerta: o mundo já pode se preparar para o efeito cascata que vem pela frente. O Brasil, como bem sabemos, dará mais uma vez sua boa dose de contribuição para a anemia — de acordo com as últimas previsões, nossa economia deve encolher 3,8% este ano.