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“A inflação preocupa um pouquinho, sobretudo em virtude do clima”, afirma Haddad

Segundo o ministro da Fazenda, a questão climática tem efeito sobre o preço dos alimentos e da energia elétrica, mas alta de juros não resolve "esse fenômeno"

Fernando Haddad: o ministro da Fazenda também afirmou que Banco Central (BC) mantém um quadro técnico "bastante consistente" para tomar a melhor decisão sobre a taxa de juros na próxima semana (Diogo Zacarias/MF/Flickr/Divulgação)
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 11 de setembro de 2024 às 11h13.

Última atualização em 11 de setembro de 2024 às 11h41.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 11, que tem acompanhado a evolução das questões climáticas no Brasil decorrente de queimadas, sobretudo o efeito sobre o preço de alimentos e de energia elétrica.Segundo ele,  essa " inflação preocupa um pouquinho", mas não deve ser combatida com alta de juros.

"A inflação preocupa um pouquinho, sobretudo em virtude do clima. Estamos acompanhando a evolução dessa questão climática. O efeito do clima sobre o preço de alimentos e, eventualmente, preço de energia faz a gente se preocupar um pouco com isso. Mas essa inflação, advinda desse fenômeno, não se resolve com juros", disse.

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Apesar das ponderações, Haddad afirmou que o Banco Central (BC) mantém um quadro técnico "bastante consistente" para tomar a melhor decisão sobre a taxa de juros na próxima semana. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne em 17 e 18 de setembro e é esperada pela maioria do mercado uma elevação de 0,25 ponto percentual.

Entretanto, essa alta de juros tem sinalizada pelos diretores do BC diante da desancoragem das expectativas de inflação, da resiliência da atividade econômica brasileira que surpreende positivamente e da geração expressiva de postos de trabalho.

"Reprojeção do PIB"

Haddad também afirmou que a força da atividade econômica, que surprendeu com um crescimento de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no 2º trimestre de 2024, levará o Ministério da Fazenda a divulgar uma "reprojeção" da geração de riquezas no país para o ano. A estimativa, segundo o ministro, pode passar dos 3%.

"A atividade econômica continua vindo forte, hoje tivemos dado de serviços forte e devemos divulgar nesta semana a reprojeção do PIB, com as consequências sobre a arrecadação. Possivelmente, com um aumento da projeção além do que nós estávamos esperando. Deve vir mais forte, possivelmente, 3% de crescimento e, talvez, até um pouco mais. Estamos fechando a grade [de parâmetros macroeconômicos] nesta semana e devemos divulgar. Acredito que o piso de 3% de crescimento econômico em 2024 já está praticamente contratado", disse.

O mercado de trabalho também é acompanhado pelo Ministério da Fazenda, segundo Haddad, em virtude do de que a geração de empregos está "consistente" e "com um foco no investimento".

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