Sua situação financeira pode fazê-lo perder o emprego?
A preocupação com “educação financeira no ambiente de trabalho” é algo relativamente recente no Brasil, mas o assunto vem sendo estudado e acompanhado com alguma atenção nas economias desenvolvidas há um bom tempo. Eu vivo em constante contato com gestores de recursos humanos e, baseado nas minhas observações e conversas com esses profissionais, é quase unânime a percepção de que os desafios financeiros dos funcionários afetam a performance do empregador. […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 28 de maio de 2013 às 13h53.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h00.
A preocupação com “educação financeira no ambiente de trabalho” é algo relativamente recente no Brasil, mas o assunto vem sendo estudado e acompanhado com alguma atenção nas economias desenvolvidas há um bom tempo.
Eu vivo em constante contato com gestores de recursos humanos e, baseado nas minhas observações e conversas com esses profissionais, é quase unânime a percepção de que os desafios financeiros dos funcionários afetam a performance do empregador. Minha conclusão é empírica (até porque desconheço pesquisas formais sobre o tema feitas no Brasil), mas nos Estados Unidos, segundo pesquisa da Society for Human Resource Management, realizada em janeiro de 2012, 83% dos profissionais de RH acreditam que as angústias financeiras dos funcionários têm, SIM, impacto negativo na empresa.
A simples percepção de que um funcionário está com problemas financeiros já é o suficiente para que ele se torne um foco de atenção e, definitivamente, não “no bom sentido”. O funcionário com problemas financeiros torna-se (é lamentável ter que dizer isto…) um “risco” para a empresa e por isso deve ser observado (e, se possível, ajudado).
O universo das finanças pessoais é bastante amplo, mas, aqui no Brasil, o assunto que é disparado o “campeão de audiência” é o endividamento.
O endividamento é um problema interessante, até porque, tecnicamente falando, ele não é um “problema”. O endividamento é a CONSEQUÊNCIA (ou o sintoma, se preferir) do desequilíbrio financeiro, este sim o verdadeiro problema.
Existe um tipo de desequilíbrio financeiro que tem origem pontual, um evento imprevisto e de alto impacto que tirou as finanças do rumo. Pessoas nessa situação precisam de dinheiro para se organizar e voltar para a situação de equilíbrio que existia antes do evento. Porém, a maioria dos casos de desequilíbrio que vemos hoje não é desse tipo, e sim decorrente da adoção, consciente ou não, de um estilo de vida economicamente insustentável, onde a pessoa regularmente gasta mais do que ganha.
Muitas pessoas que vivem cronicamente endividadas (em decorrência de um estilo de vida insustentável) têm um arsenal de justificativas para tentar convencer o mundo de que elas são vítimas e não responsáveis pela situação em que vivem. Às vezes, as justificativas podem até ser boas e lógicas, mas a má notícia é que a mensagem que elas passam para o mundo (e, por acaso, os profissionais de RH também fazem parte do mundo…) é que elas são desorganizadas, descontroladas e que têm dificuldade em formar uma visão de longo prazo. Essa lista pode crescer ainda mais: podemos adicionar adjetivos como “imaturas” e “deslumbradas” se as pessoas estiverem endividadas até o pescoço, mas andarem por aí usando roupas de grife, celulares de último tipo, dirigindo automóveis caros e por aí vai…
Salvo em casos excepcionais, ter problemas financeiros não é, por si só, algo que justifique uma demissão. Mas se você está passando por problemas financeiros e esses problemas são decorrência de um estilo de vida economicamente insustentável, saiba que você está sinalizando algo para o mundo sobre os seus valores pessoais, sobre a forma como gerencia seu trabalho e a forma como gerencia sua própria vida. Você pode até não ser demitido, mas certamente sua reputação e sua imagem profissional sofrerão com isso.
A cada dia, surgem novas evidências que reforçam a percepção de que problemas financeiros de funcionários afetam os empregadores, por isso a tendência é que, cada vez mais, as empresas fiquem “de olho” em funcionários que não conseguem administrar suas próprias finanças.
E se for para chamar a atenção, por favor, que seja por suas competências e qualidades.
A preocupação com “educação financeira no ambiente de trabalho” é algo relativamente recente no Brasil, mas o assunto vem sendo estudado e acompanhado com alguma atenção nas economias desenvolvidas há um bom tempo.
Eu vivo em constante contato com gestores de recursos humanos e, baseado nas minhas observações e conversas com esses profissionais, é quase unânime a percepção de que os desafios financeiros dos funcionários afetam a performance do empregador. Minha conclusão é empírica (até porque desconheço pesquisas formais sobre o tema feitas no Brasil), mas nos Estados Unidos, segundo pesquisa da Society for Human Resource Management, realizada em janeiro de 2012, 83% dos profissionais de RH acreditam que as angústias financeiras dos funcionários têm, SIM, impacto negativo na empresa.
A simples percepção de que um funcionário está com problemas financeiros já é o suficiente para que ele se torne um foco de atenção e, definitivamente, não “no bom sentido”. O funcionário com problemas financeiros torna-se (é lamentável ter que dizer isto…) um “risco” para a empresa e por isso deve ser observado (e, se possível, ajudado).
O universo das finanças pessoais é bastante amplo, mas, aqui no Brasil, o assunto que é disparado o “campeão de audiência” é o endividamento.
O endividamento é um problema interessante, até porque, tecnicamente falando, ele não é um “problema”. O endividamento é a CONSEQUÊNCIA (ou o sintoma, se preferir) do desequilíbrio financeiro, este sim o verdadeiro problema.
Existe um tipo de desequilíbrio financeiro que tem origem pontual, um evento imprevisto e de alto impacto que tirou as finanças do rumo. Pessoas nessa situação precisam de dinheiro para se organizar e voltar para a situação de equilíbrio que existia antes do evento. Porém, a maioria dos casos de desequilíbrio que vemos hoje não é desse tipo, e sim decorrente da adoção, consciente ou não, de um estilo de vida economicamente insustentável, onde a pessoa regularmente gasta mais do que ganha.
Muitas pessoas que vivem cronicamente endividadas (em decorrência de um estilo de vida insustentável) têm um arsenal de justificativas para tentar convencer o mundo de que elas são vítimas e não responsáveis pela situação em que vivem. Às vezes, as justificativas podem até ser boas e lógicas, mas a má notícia é que a mensagem que elas passam para o mundo (e, por acaso, os profissionais de RH também fazem parte do mundo…) é que elas são desorganizadas, descontroladas e que têm dificuldade em formar uma visão de longo prazo. Essa lista pode crescer ainda mais: podemos adicionar adjetivos como “imaturas” e “deslumbradas” se as pessoas estiverem endividadas até o pescoço, mas andarem por aí usando roupas de grife, celulares de último tipo, dirigindo automóveis caros e por aí vai…
Salvo em casos excepcionais, ter problemas financeiros não é, por si só, algo que justifique uma demissão. Mas se você está passando por problemas financeiros e esses problemas são decorrência de um estilo de vida economicamente insustentável, saiba que você está sinalizando algo para o mundo sobre os seus valores pessoais, sobre a forma como gerencia seu trabalho e a forma como gerencia sua própria vida. Você pode até não ser demitido, mas certamente sua reputação e sua imagem profissional sofrerão com isso.
A cada dia, surgem novas evidências que reforçam a percepção de que problemas financeiros de funcionários afetam os empregadores, por isso a tendência é que, cada vez mais, as empresas fiquem “de olho” em funcionários que não conseguem administrar suas próprias finanças.
E se for para chamar a atenção, por favor, que seja por suas competências e qualidades.