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O (quase) inevitável stress financeiro de fim de ano

O final de ano costuma ser uma época bastante agitada para profissionais de finanças. Os que estão na área de finanças corporativas vivenciam um “corre-corre” desenfreado para organizar dados, dar consistência a informações e preparar relatórios. Já aqueles que estão mais voltados às finanças pessoais são muito requisitados especialmente pela mídia, que procura fazer matérias de utilidade pública explicando às pessoas como lidar com as típicas angústias financeiras de final […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2012 às 08h57.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h15.

O final de ano costuma ser uma época bastante agitada para profissionais de finanças. Os que estão na área de finanças corporativas vivenciam um “corre-corre” desenfreado para organizar dados, dar consistência a informações e preparar relatórios. Já aqueles que estão mais voltados às finanças pessoais são muito requisitados especialmente pela mídia, que procura fazer matérias de utilidade pública explicando às pessoas como lidar com as típicas angústias financeiras de final e início de ano.

Estamos quase no fim de 2012. Surpreendentemente, ninguém ainda me perguntou quais são as “dicas” de final de ano, mas desconfio que isso não vá durar muito tempo. De qualquer forma, resolvi me antecipar e colocar aqui minhas visões sobre o que deve ser feito e, já adianto, não são muito diferentes daquilo que já falei nos anos anteriores, e apostaria que também não são diferentes daquelas que falarei nos próximos anos.

Seu estado de espírito

Do ponto de vista do mundo, da Natureza e do Universo, o começo de um novo ano é algo que não tem nenhum significado. O primeiro dia do ano é um dia como qualquer outro, em que o sol nasce e se põe, plantas e animais nascem e morrem e por aí vai. Porém, a maioria de nós, seres humanos, convencionou que o final de um ano e o início do seguinte são um período de recomeço e transformação.

Não vamos aqui entrar no mérito se é uma grande besteira ou não, mas o fato é que a maioria das pessoas “entra no clima” e alimenta a esperança de tempos melhores no ano seguinte. Por isso, nada melhor do que tentar começar o ano com o mínimo possível de dívidas e “rolos” para resolver.

Muitas vezes, me perguntam “qual é a melhor forma para terminar bem o ano, financeiramente falando”? Minha resposta padrão para isso é: “COMEÇAR bem o ano já é meio caminho andado para terminá-lo bem”.

Presentes de Natal

Oferta e demanda. Vamos entender de uma vez por todas: se a demanda aumenta ou a oferta cai, os preços sobem. Se a demanda diminui ou a oferta aumenta os preços caem. Quando estamos próximos do final do ano, o que acontece com a demanda? Acho que não precisamos nos prolongar muito aqui, não é mesmo?

Final de ano NÃO é uma época favorável ao consumidor. A indústria e o comércio estão com “a faca e o queijo na mão”, pois sabem que as pessoas vão acabar comprando de qualquer jeito, que a família e os amigos vão pressionar e que sempre vão surgir algumas surpresas de última hora que exigirão compras inesperadas.

Quem deu ouvidos aos meus conselhos do ano passado (e também os conselhos de dez entre dez especialistas em finanças pessoais consultados pela mídia neste país) já deve ter comprado todos os presentes de Natal no momento em que publico este artigo.

Se não comprou, compre agora. Procure não fazer dívidas (lembre-se do que falamos sobre “estado de espírito” no tópico anterior). Se o orçamento estiver um pouco apertado, pesquise preços e compre coisas mais baratas. Se o orçamento estiver REALMENTE apertado, seja forte, resista às pressões e não dê nada. No máximo dê presentes para as crianças, pois elas têm maior dificuldade em compreender momentos de tensão financeira, mas, quanto aos demais, avise que está passando por um momento difícil e que este ano você prefere não dar nem receber nada.

Acredite, aquelas pessoas que se importam e gostam de você entenderão e te apoiarão em sua decisão. Já aquelas que não se importam, para não deixá-las sem presente algum, você pode presenteá-las com uma passagem só de ida para a p… Bem, pensando melhor, deixa pra lá.

Se essa for a sua situação, dê-se de presente o livro “ Scroogenomics: Why You Shouldn’t Buy Presents for the Holidays ” (algo como “Scroogenomics: Por que você não deveria comprar presentes de Natal” – o livro infelizmente ainda não foi traduzido para o Português), do economista e professor Joel Waldfogel, pois ele o fará se sentir menos culpado.

O que fazer com o 13º? (e também com bônus, restituição de IR etc.)

Vou dar a resposta mais simples e direta possível: Se você tem dívidas, pague-as. Se não tem, faça o que você bem entender, pois você está “perdoado”.

Segundo a última Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da Confederação Nacional do Comércio, quase 60% das famílias brasileiras estão endividadas. Se você não tem dívidas, você já é um vitorioso, então relaxe. Você pode se dar ao luxo de escolher entre investir e consumir.

Quem vai investir deve seguir uma estratégia de investimentos já previamente estabelecida. Poucas coisas são mais fúteis e irrelevantes do que, a esta altura do campeonato, ficar discutindo se a melhor opção é investir na caderneta de poupança, na bolsa de valores ou em títulos do governo do Afeganistão. Você deve investir o dinheiro extra seguindo sua estratégia de investimento que considera, entre outras coisas, seu grau de tolerância ao risco, seus objetivos, suas expectativas e uma alocação de ativos adequada a você. Se você não tem uma estratégia de investimento, então providencie uma. Antes de investir seu dinheiro na primeira dica furada que te derem, desenvolva uma estratégia. Você pode fazê-lo educando-se financeiramente (mais recomendável) ou buscando ajuda profissional especializada (menos recomendável).

Impostos e despesas com educação

IPTU, IPVA, material escolar e matrícula são despesas recorrentes e ninguém pode alegar que foi “pego de surpresa”. Benjamin Franklin já dizia que as únicas certezas na vida são a morte e os impostos. Não há muito o que fazer quanto à morte, mas os impostos pelo menos podem ser parcelados. Não é o melhor caminho, mas às vezes é o único. Se não der para pagar à vista com desconto, você já sabe o que deve fazer…

Matrícula de escola nem sempre é negociável, mas material escolar pode ser comprado antecipadamente (especialmente os itens consumíveis) e temos a internet para ajudar na pesquisa de preços.

E para finalizar…

Final de ano que se preze tem que ter planos e promessas (que provavelmente não serão cumpridos). No ano passado escrevi neste mesmo blog um artigo (link aqui ) sobre a futilidade dessas promessas furadas de final de ano, mas neste ano vamos ser um pouco mais ousados!

Em um dos próximos artigos (ainda este ano), falaremos um pouco sobre planos e alguns objetivos interessantes que podem ser perseguidos em 2013.

O final de ano costuma ser uma época bastante agitada para profissionais de finanças. Os que estão na área de finanças corporativas vivenciam um “corre-corre” desenfreado para organizar dados, dar consistência a informações e preparar relatórios. Já aqueles que estão mais voltados às finanças pessoais são muito requisitados especialmente pela mídia, que procura fazer matérias de utilidade pública explicando às pessoas como lidar com as típicas angústias financeiras de final e início de ano.

Estamos quase no fim de 2012. Surpreendentemente, ninguém ainda me perguntou quais são as “dicas” de final de ano, mas desconfio que isso não vá durar muito tempo. De qualquer forma, resolvi me antecipar e colocar aqui minhas visões sobre o que deve ser feito e, já adianto, não são muito diferentes daquilo que já falei nos anos anteriores, e apostaria que também não são diferentes daquelas que falarei nos próximos anos.

Seu estado de espírito

Do ponto de vista do mundo, da Natureza e do Universo, o começo de um novo ano é algo que não tem nenhum significado. O primeiro dia do ano é um dia como qualquer outro, em que o sol nasce e se põe, plantas e animais nascem e morrem e por aí vai. Porém, a maioria de nós, seres humanos, convencionou que o final de um ano e o início do seguinte são um período de recomeço e transformação.

Não vamos aqui entrar no mérito se é uma grande besteira ou não, mas o fato é que a maioria das pessoas “entra no clima” e alimenta a esperança de tempos melhores no ano seguinte. Por isso, nada melhor do que tentar começar o ano com o mínimo possível de dívidas e “rolos” para resolver.

Muitas vezes, me perguntam “qual é a melhor forma para terminar bem o ano, financeiramente falando”? Minha resposta padrão para isso é: “COMEÇAR bem o ano já é meio caminho andado para terminá-lo bem”.

Presentes de Natal

Oferta e demanda. Vamos entender de uma vez por todas: se a demanda aumenta ou a oferta cai, os preços sobem. Se a demanda diminui ou a oferta aumenta os preços caem. Quando estamos próximos do final do ano, o que acontece com a demanda? Acho que não precisamos nos prolongar muito aqui, não é mesmo?

Final de ano NÃO é uma época favorável ao consumidor. A indústria e o comércio estão com “a faca e o queijo na mão”, pois sabem que as pessoas vão acabar comprando de qualquer jeito, que a família e os amigos vão pressionar e que sempre vão surgir algumas surpresas de última hora que exigirão compras inesperadas.

Quem deu ouvidos aos meus conselhos do ano passado (e também os conselhos de dez entre dez especialistas em finanças pessoais consultados pela mídia neste país) já deve ter comprado todos os presentes de Natal no momento em que publico este artigo.

Se não comprou, compre agora. Procure não fazer dívidas (lembre-se do que falamos sobre “estado de espírito” no tópico anterior). Se o orçamento estiver um pouco apertado, pesquise preços e compre coisas mais baratas. Se o orçamento estiver REALMENTE apertado, seja forte, resista às pressões e não dê nada. No máximo dê presentes para as crianças, pois elas têm maior dificuldade em compreender momentos de tensão financeira, mas, quanto aos demais, avise que está passando por um momento difícil e que este ano você prefere não dar nem receber nada.

Acredite, aquelas pessoas que se importam e gostam de você entenderão e te apoiarão em sua decisão. Já aquelas que não se importam, para não deixá-las sem presente algum, você pode presenteá-las com uma passagem só de ida para a p… Bem, pensando melhor, deixa pra lá.

Se essa for a sua situação, dê-se de presente o livro “ Scroogenomics: Why You Shouldn’t Buy Presents for the Holidays ” (algo como “Scroogenomics: Por que você não deveria comprar presentes de Natal” – o livro infelizmente ainda não foi traduzido para o Português), do economista e professor Joel Waldfogel, pois ele o fará se sentir menos culpado.

O que fazer com o 13º? (e também com bônus, restituição de IR etc.)

Vou dar a resposta mais simples e direta possível: Se você tem dívidas, pague-as. Se não tem, faça o que você bem entender, pois você está “perdoado”.

Segundo a última Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da Confederação Nacional do Comércio, quase 60% das famílias brasileiras estão endividadas. Se você não tem dívidas, você já é um vitorioso, então relaxe. Você pode se dar ao luxo de escolher entre investir e consumir.

Quem vai investir deve seguir uma estratégia de investimentos já previamente estabelecida. Poucas coisas são mais fúteis e irrelevantes do que, a esta altura do campeonato, ficar discutindo se a melhor opção é investir na caderneta de poupança, na bolsa de valores ou em títulos do governo do Afeganistão. Você deve investir o dinheiro extra seguindo sua estratégia de investimento que considera, entre outras coisas, seu grau de tolerância ao risco, seus objetivos, suas expectativas e uma alocação de ativos adequada a você. Se você não tem uma estratégia de investimento, então providencie uma. Antes de investir seu dinheiro na primeira dica furada que te derem, desenvolva uma estratégia. Você pode fazê-lo educando-se financeiramente (mais recomendável) ou buscando ajuda profissional especializada (menos recomendável).

Impostos e despesas com educação

IPTU, IPVA, material escolar e matrícula são despesas recorrentes e ninguém pode alegar que foi “pego de surpresa”. Benjamin Franklin já dizia que as únicas certezas na vida são a morte e os impostos. Não há muito o que fazer quanto à morte, mas os impostos pelo menos podem ser parcelados. Não é o melhor caminho, mas às vezes é o único. Se não der para pagar à vista com desconto, você já sabe o que deve fazer…

Matrícula de escola nem sempre é negociável, mas material escolar pode ser comprado antecipadamente (especialmente os itens consumíveis) e temos a internet para ajudar na pesquisa de preços.

E para finalizar…

Final de ano que se preze tem que ter planos e promessas (que provavelmente não serão cumpridos). No ano passado escrevi neste mesmo blog um artigo (link aqui ) sobre a futilidade dessas promessas furadas de final de ano, mas neste ano vamos ser um pouco mais ousados!

Em um dos próximos artigos (ainda este ano), falaremos um pouco sobre planos e alguns objetivos interessantes que podem ser perseguidos em 2013.

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