Finanças pessoais – A vingança dos “tiozinhos”
Numa época de culto à juventude como a que vivemos, é sempre um grande alívio saber que o pessoal do “clube da meia idade” (aliás, estou esperando minha carteirinha de sócio chegar pelo correio…) ainda tem seu espaço. Em 2010, um estudo elaborado pelo centro de pesquisas sobre aposentadoria do Boston College e publicado pelo Brookings Institution de Washington, chamado “What is the age of reason?” (“Qual a idade da […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2011 às 09h25.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h46.
Numa época de culto à juventude como a que vivemos, é sempre um grande alívio saber que o pessoal do “clube da meia idade” (aliás, estou esperando minha carteirinha de sócio chegar pelo correio…) ainda tem seu espaço.
Em 2010, um estudo elaborado pelo centro de pesquisas sobre aposentadoria do Boston College e publicado pelo Brookings Institution de Washington, chamado “What is the age of reason?” (“Qual a idade da razão?” em tradução livre) procurou relacionar evidências de declínio da capacidade cognitiva de indivíduos à medida que envelhecem com suas decisões financeiras.
Conforme esperado, o estudo demonstrou que pessoas mais velhas acabam ficando, de certa forma, em desvantagem quando se trata de assuntos financeiros. Finanças não é exatamente um assunto fácil para a maioria das pessoas e a queda na capacidade cognitiva associada ao envelhecimento não ajudam em nada. Inclusive os autores do estudo propõem, ao final, uma série de medidas a serem adotadas pelo governo ou autoridades reguladoras com o objetivo de proteger, de alguma forma, pessoas idosas que têm dificuldade em lidar adequadamente com suas finanças.
Mas o estudo acabou chegando a outra conclusão ainda mais interessante: analisando dados sobre o custo de transações financeiras efetuadas por pessoas de diversas idades, os pesquisadores observaram que as melhores decisões financeiras, baseadas no custo das transações, eram tomadas por aqueles indivíduos na faixa de quarenta e cinquenta anos.
O estudo levanta a hipótese de que isso acontece porque, nessa faixa etária, ocorre um equilíbrio ideal entre a “inteligência fluida” (que está mais presente quando ainda temos alta capacidade cognitiva) e a “inteligência cristalizada” (que vem do acumulo de experiência e conhecimento).
Ainda segundo os pesquisadores, a idade média onde as decisões financeiras estão em seu nível “ótimo” é de 53,3 anos.
Indivíduos idosos tomam decisões financeiras piores, pois com a queda na capacidade cognitiva, muitas vezes têm dificuldade em entender os detalhes e as “pegadinhas” das transações financeiras que estão realizando. Já os mais jovens acabam tomando decisões financeiras igualmente ruins, mas por inexperiência. O estudo não foca muito nos mais jovens, mas podemos imaginar que algumas outras características comumente associadas à juventude, como a “afobação” e o excesso de confiança em si mesmo tenham seu papel nessa performance ruim.
O mundo tem sido particularmente impiedoso com o pessoal da meia idade. Em filmes, novelas, programas e mesmo comerciais de televisão as pessoas que estão na meia idade são retratadas como imaturas, inseguras, complexadas e sempre correndo desesperadamente atrás da juventude perdida. Termos pejorativos como “idade do lobo”, “tiozinho”, “tiozão” e coisas do gênero são sempre associados à turma que está enfrentando os desafios da meia idade.
Mas quando se trata de finanças… consulte sempre um tiozinho! Aqui nós ainda estamos em vantagem! E desconfie de quem não tiver pelo menos um fio de cabelo branco na cabeça…
Numa época de culto à juventude como a que vivemos, é sempre um grande alívio saber que o pessoal do “clube da meia idade” (aliás, estou esperando minha carteirinha de sócio chegar pelo correio…) ainda tem seu espaço.
Em 2010, um estudo elaborado pelo centro de pesquisas sobre aposentadoria do Boston College e publicado pelo Brookings Institution de Washington, chamado “What is the age of reason?” (“Qual a idade da razão?” em tradução livre) procurou relacionar evidências de declínio da capacidade cognitiva de indivíduos à medida que envelhecem com suas decisões financeiras.
Conforme esperado, o estudo demonstrou que pessoas mais velhas acabam ficando, de certa forma, em desvantagem quando se trata de assuntos financeiros. Finanças não é exatamente um assunto fácil para a maioria das pessoas e a queda na capacidade cognitiva associada ao envelhecimento não ajudam em nada. Inclusive os autores do estudo propõem, ao final, uma série de medidas a serem adotadas pelo governo ou autoridades reguladoras com o objetivo de proteger, de alguma forma, pessoas idosas que têm dificuldade em lidar adequadamente com suas finanças.
Mas o estudo acabou chegando a outra conclusão ainda mais interessante: analisando dados sobre o custo de transações financeiras efetuadas por pessoas de diversas idades, os pesquisadores observaram que as melhores decisões financeiras, baseadas no custo das transações, eram tomadas por aqueles indivíduos na faixa de quarenta e cinquenta anos.
O estudo levanta a hipótese de que isso acontece porque, nessa faixa etária, ocorre um equilíbrio ideal entre a “inteligência fluida” (que está mais presente quando ainda temos alta capacidade cognitiva) e a “inteligência cristalizada” (que vem do acumulo de experiência e conhecimento).
Ainda segundo os pesquisadores, a idade média onde as decisões financeiras estão em seu nível “ótimo” é de 53,3 anos.
Indivíduos idosos tomam decisões financeiras piores, pois com a queda na capacidade cognitiva, muitas vezes têm dificuldade em entender os detalhes e as “pegadinhas” das transações financeiras que estão realizando. Já os mais jovens acabam tomando decisões financeiras igualmente ruins, mas por inexperiência. O estudo não foca muito nos mais jovens, mas podemos imaginar que algumas outras características comumente associadas à juventude, como a “afobação” e o excesso de confiança em si mesmo tenham seu papel nessa performance ruim.
O mundo tem sido particularmente impiedoso com o pessoal da meia idade. Em filmes, novelas, programas e mesmo comerciais de televisão as pessoas que estão na meia idade são retratadas como imaturas, inseguras, complexadas e sempre correndo desesperadamente atrás da juventude perdida. Termos pejorativos como “idade do lobo”, “tiozinho”, “tiozão” e coisas do gênero são sempre associados à turma que está enfrentando os desafios da meia idade.
Mas quando se trata de finanças… consulte sempre um tiozinho! Aqui nós ainda estamos em vantagem! E desconfie de quem não tiver pelo menos um fio de cabelo branco na cabeça…