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O desafio da equidade de gênero

O mês das mulheres é uma oportunidade para refletir e planejar as necessárias mudanças

Equidade de gênero: busca engrandece a empresa e seus trabalhadores (Klaus Vedfelt/Getty Images)
Equidade de gênero: busca engrandece a empresa e seus trabalhadores (Klaus Vedfelt/Getty Images)

Poucas datas comemorativas me parecem tão complexas quanto o Dia Internacional da Mulher. Ao lado de inúmeras conquistas e avanços que merecem celebração, como a lei aprovada em 2023 sobre igualdade salarial, ainda há muito a ser feito e melhorado. O fato de a exaustão feminina ser um dos assuntos mais debatidos no momento indica que o desafio segue imenso. 

Em fevereiro de 2023, a Robert Half realizou uma sondagem sobre a equidade de gênero nas empresas. Foram entrevistados 1.161 pessoas, igualmente divididos em recrutadores e profissionais qualificados. Na visão de 48% das organizações, houve avanços na agenda de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) no último ano.

Dentro desse grupo, 30% das empresas acreditam que os avanços foram significativos. Por outro lado, 38% se viram estagnadas. De acordo com o estudo, o foco das políticas de DEI nas empresas têm sido distribuído da seguinte maneira: Mulheres (73%), LGBTQIA+ (68%), Pessoas pretas (62%), PCD (59%) e Pessoas 50+ (37%).

Esse aparente foco na agenda das mulheres foi reforçado pela última edição do Índice de Confiança Robert Half, lançada ontem, que mostrou um aumento de seis pontos percentuais no volume de companhias que afirmam contar com políticas claras para promover a equidade de gênero.

A equidade de gênero traz benefícios valiosos para as companhias. Entre elas, há o entendimento mútuo de que o principal envolve uma gestão mais humanizada. Reforço, por outro lado, que esse benefício resulta de vantagens da própria diversidade organizacional, não do estereótipo que associa a liderança das mulheres à benevolência e compaixão.

O caminho para melhorar a diversidade 

Ampliar a diversidade requer tempo, dedicação e transparência. Compartilho, a seguir, perguntas cruciais que as empresas precisam fazer antes de qualquer iniciativa dirigida à formação de um quadro funcional mais diverso. As respostas ajudam a formular e executar as estratégias dedicadas a essa missão:

1 - Qual é a demografia de nossa força de trabalho atual e quão bem sabemos disso?

2 - Até que ponto entendemos o conceito de DEI e podemos (incluindo nossos funcionários) influenciá-lo de maneira positiva?

3 - O que estamos fazendo atualmente para promover a DEI e como está funcionando?

4 - Qual é a nossa visão para o negócio daqui de cinco a dez anos?

5 - O que precisaremos mudar, ou fazer diferente, para concretizar esta visão com sucesso?

6 - Quais são os conjuntos de habilidades com os quais podemos ser flexíveis e do que realmente precisamos?

7 - Como isso nos permite trabalhar e combinar grupos mais sub-representados?

8 - Como comunicaremos nossos planos ao público interno e externo?

9 - Como mensurar se qualquer nova abordagem de DEI está funcionando?

10 - Existem organizações com experiência que podem nos ajudar nessa jornada? 

A busca por construir um ambiente igualitário em oportunidades e condições de trabalho engrandece a empresa e seus colaboradores. Antes mesmo de colher os resultados, o processo de pensar, discutir e implantar iniciativas aumenta o nível de maturidade da corporação. Ao final, o esforço certamente será recompensado com mais respeito, admiração e confiança entre todos.

Aqui, neste Blog, você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks.

*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar