Falta quanto tempo para você descansar de novo?
Sofia Esteves escreve sobre a importância de reservar momentos de descanso e ócio durante o ano
Luciana Lima
Publicado em 3 de fevereiro de 2023 às 11h44.
À medida que os dias vão passando nos meses de janeiro e fevereiro, o ritmo “normal” também vai sendo retomado. As pessoas voltam do recesso, o bronzeado da praia vai sumindo, as aulas começam e o trânsito fica caótico de novo.
Junto com tudo isso, costuma vir também o cansaço.
Às vezes, ele surge aos poucos, sorrateiro. Outras vezes, parece que ele chega com toda a força! Ainda é janeiro, mas tem quem está a mil, como se 2023 tivesse começado faz muito tempo.
Com essa agitação toda, vem também aquela saudade da contagem regressiva. Não necessariamente a do Réveillon, mas a do recesso. Começamos a contar os dias para a próxima pausa de fim de ano — ou para o próximo feriado, próximas férias...
Mas, afinal, será que precisamos mesmo esperar o recesso para conseguir descansar?
A resposta, você já sabe, é não. Porém, a verdade é que, mesmo sabendo da importância da pausa, muitas vezes nós acumulamos cansaço, chegamos a uma situação limite e deixamos para descansar só quando é imposta uma pausa no nosso calendário.
Por quê?
Há quem diga que é mais fácil relaxar e se desligar do trabalho quando todo mundo está fazendo o mesmo. Nos últimos dias do ano, é mais comum empresas e clientes se desconectarem — e, assim, fica mais fácil para nós mesmos tirarmos uns dias de respiro sem sentir culpa ou medo de perder uma oportunidade.
Tenho a impressão de que se desligar quando o mundo todo parece estar a mil tem se tornado cada vez mais difícil no contexto em que vivemos, com notícias a cada segundo, notificações de vários dispositivos e atualizações nas redes sociais. Mas viver em estado de alerta o tempo todo tem seu preço.
E, olhe, não estou nem me referindo às questões de saúde mental, que já abordei por aqui. O impacto do esgotamento aparece na nossa qualidade de entrega, na velocidade de resolução de problemas e na capacidade de inovação.
Quanto mais ligados permanecemos, mais raras se tornam as pausas. Interromper uma atividade deixa de ser algo natural, para ser um estorvo. Por que parar agora quando tenho um relatório para terminar, e-mails para responder e uma apresentação para preparar?
A resposta, de novo, você já sabe: porque todo mundo precisa recarregar a bateria.
O descanso não é inimigo da produtividade — muito pelo contrário! Você já deve ter vivido situações em que estava batendo a cabeça para resolver uma questão e, aí, quando levantou para tomar um café, fazer um lanchinho ou usar o banheiro, eureka! Como mágica, surge uma ideia na sua cabeça!
Isso, claro, não é por acaso.
Apesar de, culturalmente, acharmos que as boas sacadas só vêm depois de horas e mais horas queimando as pestanas, na verdade, pesquisas no campo da neurociência têm demonstrado que as pessoas costumam ter epifanias quando estão realizando uma tarefa cotidiana que não requer muito pensamento — ou quando estão fazendo simplesmente nada.
Se você pesquisar sobre porque temos boas ideias quando estamos no chuveiro, vai encontrar uma reportagem da National Geographic explicando o conceito de rede de modo padrão, que ocorre enquanto alguém está descansando ou realizando tarefas rotineiras.
Nesses momentos, essa rede, que conecta mais de uma dúzia de regiões do cérebro, se torna mais ativa e isso faz com que a mente faça conexões espontâneas, ajudando a recuperar memórias incomuns e gerar novas ideias.
Então, em vez de começar a contagem regressiva para a próxima virada, que tal você começar a se disciplinar para descansar? Pode parecer estranho porque, afinal, o descanso deveria ser algo natural, sem necessidade de planejamento. Mas, se você percebe que tem dificuldade para desligar-se, pode começar a:
- Reservar horários no dia para espairecer
- Descobrir ou retomar atividades de lazer
- Fracionar as suas férias ao longo do ano
Enfim, o objetivo é criar mecanismos para que o nosso tão merecido descanso não fique só lá nos últimos dias do calendário. Parar e relaxar vai fazer bem para a qualidade do seu trabalho — e, principalmente, para você.
À medida que os dias vão passando nos meses de janeiro e fevereiro, o ritmo “normal” também vai sendo retomado. As pessoas voltam do recesso, o bronzeado da praia vai sumindo, as aulas começam e o trânsito fica caótico de novo.
Junto com tudo isso, costuma vir também o cansaço.
Às vezes, ele surge aos poucos, sorrateiro. Outras vezes, parece que ele chega com toda a força! Ainda é janeiro, mas tem quem está a mil, como se 2023 tivesse começado faz muito tempo.
Com essa agitação toda, vem também aquela saudade da contagem regressiva. Não necessariamente a do Réveillon, mas a do recesso. Começamos a contar os dias para a próxima pausa de fim de ano — ou para o próximo feriado, próximas férias...
Mas, afinal, será que precisamos mesmo esperar o recesso para conseguir descansar?
A resposta, você já sabe, é não. Porém, a verdade é que, mesmo sabendo da importância da pausa, muitas vezes nós acumulamos cansaço, chegamos a uma situação limite e deixamos para descansar só quando é imposta uma pausa no nosso calendário.
Por quê?
Há quem diga que é mais fácil relaxar e se desligar do trabalho quando todo mundo está fazendo o mesmo. Nos últimos dias do ano, é mais comum empresas e clientes se desconectarem — e, assim, fica mais fácil para nós mesmos tirarmos uns dias de respiro sem sentir culpa ou medo de perder uma oportunidade.
Tenho a impressão de que se desligar quando o mundo todo parece estar a mil tem se tornado cada vez mais difícil no contexto em que vivemos, com notícias a cada segundo, notificações de vários dispositivos e atualizações nas redes sociais. Mas viver em estado de alerta o tempo todo tem seu preço.
E, olhe, não estou nem me referindo às questões de saúde mental, que já abordei por aqui. O impacto do esgotamento aparece na nossa qualidade de entrega, na velocidade de resolução de problemas e na capacidade de inovação.
Quanto mais ligados permanecemos, mais raras se tornam as pausas. Interromper uma atividade deixa de ser algo natural, para ser um estorvo. Por que parar agora quando tenho um relatório para terminar, e-mails para responder e uma apresentação para preparar?
A resposta, de novo, você já sabe: porque todo mundo precisa recarregar a bateria.
O descanso não é inimigo da produtividade — muito pelo contrário! Você já deve ter vivido situações em que estava batendo a cabeça para resolver uma questão e, aí, quando levantou para tomar um café, fazer um lanchinho ou usar o banheiro, eureka! Como mágica, surge uma ideia na sua cabeça!
Isso, claro, não é por acaso.
Apesar de, culturalmente, acharmos que as boas sacadas só vêm depois de horas e mais horas queimando as pestanas, na verdade, pesquisas no campo da neurociência têm demonstrado que as pessoas costumam ter epifanias quando estão realizando uma tarefa cotidiana que não requer muito pensamento — ou quando estão fazendo simplesmente nada.
Se você pesquisar sobre porque temos boas ideias quando estamos no chuveiro, vai encontrar uma reportagem da National Geographic explicando o conceito de rede de modo padrão, que ocorre enquanto alguém está descansando ou realizando tarefas rotineiras.
Nesses momentos, essa rede, que conecta mais de uma dúzia de regiões do cérebro, se torna mais ativa e isso faz com que a mente faça conexões espontâneas, ajudando a recuperar memórias incomuns e gerar novas ideias.
Então, em vez de começar a contagem regressiva para a próxima virada, que tal você começar a se disciplinar para descansar? Pode parecer estranho porque, afinal, o descanso deveria ser algo natural, sem necessidade de planejamento. Mas, se você percebe que tem dificuldade para desligar-se, pode começar a:
- Reservar horários no dia para espairecer
- Descobrir ou retomar atividades de lazer
- Fracionar as suas férias ao longo do ano
Enfim, o objetivo é criar mecanismos para que o nosso tão merecido descanso não fique só lá nos últimos dias do calendário. Parar e relaxar vai fazer bem para a qualidade do seu trabalho — e, principalmente, para você.