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Neste domingo, vote em candidatos que demonstrem ter espírito público

O voto é um dever coletivo que legitima pessoas para representar as decisões mais importantes da sociedade. É preciso ser exercido com responsabilidade

Selecione candidatos que demonstrem ter espírito público. Pessoas que possuem, em seu cerne, a motivação de transformar a realidade local com práticas sustentáveis, transparentes e mobilizando a sociedade para que seja coparticipe das suas decisões (Rodolfo Buhrer/Reuters)
LB

Leo Branco

Publicado em 13 de novembro de 2020 às 10h46.

Última atualização em 13 de novembro de 2020 às 10h47.

Ao longo da minha carreira, grande parte dela dedicada à administração pública, tenho acreditado em uma governança compartilhada entre setores. E, por conta dessa experiência, além do momento atual do Brasil e também do exterior, a pergunta que mais tenho escutado é: como escolher um bom candidato?

No País, temos o grande desafio de constatar que uma parcela da nossa classe política está ligada à falta de ética e de respeito público. Isso justifica, em parte, a descrença do eleitor em momentos tão importantes como o de uma eleição.

E talvez essa seja a principal dificuldade que estamos vivendo desde as manifestações populares que ocorreram no Brasil e no mundo em 2013. Atualmente, vimos também protestos em outros países, como, no Chile, por uma nova Constituição e, nos Estados Unidos, pelo fim do racismo . Isso demonstra que a população tem manifestado, cada vez mais, sua insatisfação. As pessoas querem ter maior participação nas decisões, atuando, como coautores da mudança, em causas que não sejam mais individuais.

É comum vermos políticos retratando opositores com inimigos. Ou as pessoas simplesmente não acompanharem a gestão do governante porque aquele não era seu candidato. É preciso entender que tenhamos votado ou não em quem foi eleito, temos o dever de participar dessa governança pública.

O escritor e jornalista Fareed Zakaria afirmou em recente entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que, atualmente, a política se tornou uma realidade tribal e cultural, na qual as pessoas se identificam com seu time. Ele usa o esporte como exemplo: se o seu time vai bem, você torce; se ele vai mal, você, ainda assim, se mantém leal. É como dizemos por aqui, as discussões políticas se tornaram uma grande torcida entre oponentes. Mas como sair dessa polarização e pensar no bem maior?

A minha resposta para essa pergunta é: Selecione candidatos que demonstrem ter espírito público. Pessoas que possuem, em seu cerne, a motivação de transformar a realidade local com práticas sustentáveis, transparentes e mobilizando a sociedade para que seja coparticipe das suas decisões. Líderes que foquem não somente em seu mandato, mas pensem a longo prazo. Observe as ações já realizadas pelo seu candidato e desconfie das promessas.

O espírito público precisa fazer parte da nossa sociedade. Admiro pessoas que atuam em diferentes áreas, sendo políticos ou não, que carregam a força do espírito público na forma de se relacionar com a sociedade. Como é o caso dos professores e profissionais de saúde, que exercem e desempenham suas funções com foco na transformação da sociedade. Sejamos essas pessoas. Como cidadãos e como eleitores, precisamos buscar para o nosso dia a dia essa agenda de cidadania e de respeito coletivo.

Então, ao votar no próximo domingo, mais do que o número dos seus candidatos, leve com você a certeza de que eles exercerão seus mandatos norteados por uma agenda de interesse público. Lembre-se de que não há soluções de curto prazo para desafios complexos vividos pela nossa sociedade. E que para construir algo eficiente, precisamos buscar transições de mandato com transparência.

Enfim, busquemos e sejamos verdadeiramente republicanos, capazes de fazer escolhas justas e que possam trazer o bem maior para a nossa sociedade.

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Ao longo da minha carreira, grande parte dela dedicada à administração pública, tenho acreditado em uma governança compartilhada entre setores. E, por conta dessa experiência, além do momento atual do Brasil e também do exterior, a pergunta que mais tenho escutado é: como escolher um bom candidato?

No País, temos o grande desafio de constatar que uma parcela da nossa classe política está ligada à falta de ética e de respeito público. Isso justifica, em parte, a descrença do eleitor em momentos tão importantes como o de uma eleição.

E talvez essa seja a principal dificuldade que estamos vivendo desde as manifestações populares que ocorreram no Brasil e no mundo em 2013. Atualmente, vimos também protestos em outros países, como, no Chile, por uma nova Constituição e, nos Estados Unidos, pelo fim do racismo . Isso demonstra que a população tem manifestado, cada vez mais, sua insatisfação. As pessoas querem ter maior participação nas decisões, atuando, como coautores da mudança, em causas que não sejam mais individuais.

É comum vermos políticos retratando opositores com inimigos. Ou as pessoas simplesmente não acompanharem a gestão do governante porque aquele não era seu candidato. É preciso entender que tenhamos votado ou não em quem foi eleito, temos o dever de participar dessa governança pública.

O escritor e jornalista Fareed Zakaria afirmou em recente entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo que, atualmente, a política se tornou uma realidade tribal e cultural, na qual as pessoas se identificam com seu time. Ele usa o esporte como exemplo: se o seu time vai bem, você torce; se ele vai mal, você, ainda assim, se mantém leal. É como dizemos por aqui, as discussões políticas se tornaram uma grande torcida entre oponentes. Mas como sair dessa polarização e pensar no bem maior?

A minha resposta para essa pergunta é: Selecione candidatos que demonstrem ter espírito público. Pessoas que possuem, em seu cerne, a motivação de transformar a realidade local com práticas sustentáveis, transparentes e mobilizando a sociedade para que seja coparticipe das suas decisões. Líderes que foquem não somente em seu mandato, mas pensem a longo prazo. Observe as ações já realizadas pelo seu candidato e desconfie das promessas.

O espírito público precisa fazer parte da nossa sociedade. Admiro pessoas que atuam em diferentes áreas, sendo políticos ou não, que carregam a força do espírito público na forma de se relacionar com a sociedade. Como é o caso dos professores e profissionais de saúde, que exercem e desempenham suas funções com foco na transformação da sociedade. Sejamos essas pessoas. Como cidadãos e como eleitores, precisamos buscar para o nosso dia a dia essa agenda de cidadania e de respeito coletivo.

Então, ao votar no próximo domingo, mais do que o número dos seus candidatos, leve com você a certeza de que eles exercerão seus mandatos norteados por uma agenda de interesse público. Lembre-se de que não há soluções de curto prazo para desafios complexos vividos pela nossa sociedade. E que para construir algo eficiente, precisamos buscar transições de mandato com transparência.

Enfim, busquemos e sejamos verdadeiramente republicanos, capazes de fazer escolhas justas e que possam trazer o bem maior para a nossa sociedade.

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