Governança Ambiental, Social e Corporativa: Por que precisamos falar de ESG?
Já são 59% das empresas que preveem que a responsabilidade pela estratégia ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) passará para níveis hierárquicos mais altos nas companhias, diz estudo que está prestes a ser lançado. É uma ideia que cresceu rápido nas empresas – e deve continuar assim
Leo Branco
Publicado em 19 de fevereiro de 2021 às 18h37.
Última atualização em 19 de fevereiro de 2021 às 18h40.
Já são 59% das empresas que preveem que a responsabilidade pela estratégia ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) passará para níveis hierárquicos mais altos dentro das companhias.
É isso que aponta a recente pesquisa, que ainda será lançada, Global Impact at Scale: Corporate Action on ESG Issues and Social Investments 2020 (GIS).
Esse é o 1º levantamento global sobre o cenário e impactos dos ESG, que contou com a participação de quase 200 empresas que possuem receita média de 8 bilhões de dólares e estão sediadas em 23 países.
É curioso pensar como um movimento tão recente já ganhou tanto espaço nas agendas das corporações. A sustentabilidade não é uma novidade para o setor privado.
Ela tem sido pauta já há algum tempo, seja pelo reconhecimento interno da necessidade de zelar pelo ambiente externo, por pressão social ou pela percepção de parte dos investidores, de que empresas que se atentam a sustentabilidade são mais rentáveis a longo prazo [1].
À exemplo temos os próprios ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) , que são, em alguma medida, as materializações desse cenário e acabam por orientar a atuação de 81% das empresas, que os estão integrando em suas estratégias de negócio e os utilizando, inclusive, como referencial para estruturar seus reports, segundo a pesquisa GIS.
Maior gestora de fundos do mundo, BlackRock , também vem apertando o cerco e publicou recentemente um documento de cinco páginas com suas expectativas de como as empresas devem lidar com os riscos climáticos. O ativismo da BlackRock coincide com a meta de oito das maiores economias do mundo de zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050.
É nesse sentido que os Fatores ESG, entendidos como filhos da Sustentabilidade, chegaram para ficar. Mais do que um novo nome para algo antigo, eles se propõem a viabilizar uma visão sistêmica e responsável para com o meio ambiente e a sociedade, por meio de uma governança cada vez mais integrada que garanta, em última instância, a longevidade dos negócios em um ambiente mais justo e consciente. É também por essa constatação que o mercado agora demanda que as empresas se atentem a esses fatores, muito mais do que se atentaram à sustentabilidade no passado.
Segundo o levantamento internacional, 85% das empresas relatam que os recursos para o “E” (ambiental) estão aumentando. No caso do “S” (social), essa percepção é de 68% delas – o reflexo disso foi o crescimento dos investimentos sociais na comunidade, que aumentaram em cerca de 58% das empresas nos últimos 3 anos (além disso, 30% do grupo prevê que os investimentos nas comunidades aumentarão nos próximos 2 anos, mesmo no contexto de crise sistêmica).
Assim como ocorrera antes, índices, reports e pesquisas nacionais e internacionais estão se propondo a colaborar com as empresas para que elas possam verdadeiramente implementar práticas ESG em seus negócios, afinal, ainda que o campo não seja novo, os desafios são, e mais complexos do nunca. Portanto, não surpreende que 7 em cada 10 empresas que responderam ao GIS estão integrando métricas ESG a indicadores de desempenho (e remuneração) para muitos ou alguns colaboradores.
A própria pesquisa BISC , que já abordamos em outros momentos por aqui, se propõe há mais de 10 anos a colaborar na qualificação da variável Social dos Fatores ESG, nos termos de hoje. Usando a Rede BISC como exemplo, posso afirmar com segurança que, mesmo que a pauta ESG esteja em processo de ganhar corpo no Brasil, temos excelentes benchmarkings para compartilhar com o resto do mundo – o papel do setor privado no enfrentamento à COVID-19 é um exemplo disso, e também consta no levantamento global.
[1] FERNANDES, José. LINHARES, Heloísa. (2017). Financial Performance of ESG Investments in Developed and Emerging Markets. SSRN Electronic Journal. 2018. doi:10.2139/ssrn.3091209
Já são 59% das empresas que preveem que a responsabilidade pela estratégia ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) passará para níveis hierárquicos mais altos dentro das companhias.
É isso que aponta a recente pesquisa, que ainda será lançada, Global Impact at Scale: Corporate Action on ESG Issues and Social Investments 2020 (GIS).
Esse é o 1º levantamento global sobre o cenário e impactos dos ESG, que contou com a participação de quase 200 empresas que possuem receita média de 8 bilhões de dólares e estão sediadas em 23 países.
É curioso pensar como um movimento tão recente já ganhou tanto espaço nas agendas das corporações. A sustentabilidade não é uma novidade para o setor privado.
Ela tem sido pauta já há algum tempo, seja pelo reconhecimento interno da necessidade de zelar pelo ambiente externo, por pressão social ou pela percepção de parte dos investidores, de que empresas que se atentam a sustentabilidade são mais rentáveis a longo prazo [1].
À exemplo temos os próprios ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) , que são, em alguma medida, as materializações desse cenário e acabam por orientar a atuação de 81% das empresas, que os estão integrando em suas estratégias de negócio e os utilizando, inclusive, como referencial para estruturar seus reports, segundo a pesquisa GIS.
Maior gestora de fundos do mundo, BlackRock , também vem apertando o cerco e publicou recentemente um documento de cinco páginas com suas expectativas de como as empresas devem lidar com os riscos climáticos. O ativismo da BlackRock coincide com a meta de oito das maiores economias do mundo de zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050.
É nesse sentido que os Fatores ESG, entendidos como filhos da Sustentabilidade, chegaram para ficar. Mais do que um novo nome para algo antigo, eles se propõem a viabilizar uma visão sistêmica e responsável para com o meio ambiente e a sociedade, por meio de uma governança cada vez mais integrada que garanta, em última instância, a longevidade dos negócios em um ambiente mais justo e consciente. É também por essa constatação que o mercado agora demanda que as empresas se atentem a esses fatores, muito mais do que se atentaram à sustentabilidade no passado.
Segundo o levantamento internacional, 85% das empresas relatam que os recursos para o “E” (ambiental) estão aumentando. No caso do “S” (social), essa percepção é de 68% delas – o reflexo disso foi o crescimento dos investimentos sociais na comunidade, que aumentaram em cerca de 58% das empresas nos últimos 3 anos (além disso, 30% do grupo prevê que os investimentos nas comunidades aumentarão nos próximos 2 anos, mesmo no contexto de crise sistêmica).
Assim como ocorrera antes, índices, reports e pesquisas nacionais e internacionais estão se propondo a colaborar com as empresas para que elas possam verdadeiramente implementar práticas ESG em seus negócios, afinal, ainda que o campo não seja novo, os desafios são, e mais complexos do nunca. Portanto, não surpreende que 7 em cada 10 empresas que responderam ao GIS estão integrando métricas ESG a indicadores de desempenho (e remuneração) para muitos ou alguns colaboradores.
A própria pesquisa BISC , que já abordamos em outros momentos por aqui, se propõe há mais de 10 anos a colaborar na qualificação da variável Social dos Fatores ESG, nos termos de hoje. Usando a Rede BISC como exemplo, posso afirmar com segurança que, mesmo que a pauta ESG esteja em processo de ganhar corpo no Brasil, temos excelentes benchmarkings para compartilhar com o resto do mundo – o papel do setor privado no enfrentamento à COVID-19 é um exemplo disso, e também consta no levantamento global.
[1] FERNANDES, José. LINHARES, Heloísa. (2017). Financial Performance of ESG Investments in Developed and Emerging Markets. SSRN Electronic Journal. 2018. doi:10.2139/ssrn.3091209