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O papel fundamental da comunidade na construção das marcas

Contribuindo para a expansão da comunicação das marcas, a comunidade é responsável por criar cada vez mais proximidade com os clientes

 (AlexSecret/Getty Images)
(AlexSecret/Getty Images)
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Rapha Avellar

Publicado em 10 de fevereiro de 2022 às, 18h05.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2022 às, 11h31.

Rapha Avellar, fundador da Adventures*

O mundo mudou e segue em transformação cada vez mais acelerada. Com rotinas completamente transformadas, os consumidores também mudaram e buscam por marcas que atendam às suas necessidades de fato. As pessoas não se interessam mais por grandes campanhas que não impactem em nada suas vidas, mas sim por ações que criem uma conexão genuína com eles. Com isso, chegamos em um ponto importante: a comunidade! 

Os modelos de negócios baseados em comunidade, tem se tornado uma das estratégias mais imbatíveis e por isso, indispensáveis quando falamos em manter o público engajado. Mas por que, afinal, ela é tão necessária? As comunidades são hoje grandes precursoras da cultura, principalmente quando estão aliadas a celebridades, atletas e influencers.  Elas têm o poder de criar uma conexão mais profunda com os consumidores, já que além de estabelecerem relações positivas, ainda facilitam o  entendimento sobre as reais necessidades e preferências do público. A partir delas, é possível conhecer verdadeiramente quem são os seus clientes e, principalmente, conquistar um espaço na preferência deles. 

E assim como nos últimos anos, 2022 também vai ser sobre gerenciar comunidades. Toda marca possui a sua e para que elas possam ser o ponto chave nas estratégias, é essencial saber engajar e conseguir realizar essa troca, porque nem todas as empresas conseguem de fato. Para isso, é fundamental pensar em como seu negócio pode oferecer valor a essas pessoas. Ter uma comunidade envolvente é tudo que uma marca precisa, já que cada vez mais pessoas vão se interessar e querer participar daquele mesmo ecossistema. 

Tenho certeza que você, consumidor, gosta de sentir que faz parte de uma marca, seja por ter os mesmos valores ou simplesmente pelo atendimento prestado, certo? Bom, as pesquisas também comprovam isso! Dados da "Global Consumer Pulse" da Accenture Strategy revelam que 83% dos consumidores brasileiros preferem comprar de empresas que defendem propósitos alinhados aos seus valores de vida. Além disso, o levantamento também mostra que esses clientes dispensam as marcas que preferem se manter neutras. 

Ou seja, quando os princípios de uma empresa se conectam com os desejos e ambições dos clientes, se desenvolve um acolhimento. Isso faz com que esses consumidores sejam os principais porta-vozes de uma marca e compartilhem esses valores com todos, atraindo naturalmente novos públicos à comunidade. E sabe o que é mais incrível nisso tudo? A conexão genuína criada entre cliente e empresa. Não só pelo laço em si, que com certeza é fundamental, mas também pelas inúmeras formas de como essa aproximação pode ser explorada. Conhecendo a fundo e de verdade quem é o seu público, é possível criar novas soluções inimagináveisE, as marcas já entenderam que é essencial investir em relacionamento com os consumidores antes de querer vender somente o produto. Prova disto é o levantamento realizado pela Associação de Marketing Promocional (Ampro), que mostrou que nos últimos três anos as empresas investiram mais de R$ 45 bilhões em ações para ficar cada vez mais próximas dos clientes. Para que a gente consiga visualizar de fato o que quero dizer aqui, vou dar um exemplo bem interessante que com certeza você também já deve ter utilizado. Quando alguém quer comprar um carro, quais são as primeiras coisas que essa pessoa faz? Pesquisa sobre ele na internet, vai até uma concessionária e pergunta para um conhecido que já teve aquele automóvel. Esse último, na maioria das vezes, é o que te faz continuar ou parar de desejar o veículo. Ou seja, quando o cliente encontra pessoas que têm o mesmo interesse, o poder de convencimento do grupo é o que prevalece na hora da decisão pela compra.

Isso acontece desde que o mundo é mundo, no entanto, com o auxílio da tecnologia, tudo fica mais fácil para as marcas criarem essas conexões com o público, já que a inovação contribui para a criação de espaços onde as trocas podem fluir naturalmente, como em grupo de redes sociais e fóruns, o que ajuda as empresas a traçarem estratégias mais assertivas. O Nubank é uma dessas marcas que entenderam a importância da comunidade. Com a criação da NuCommunity, o banco conseguiu aproximar ainda mais os seus clientes, com mais de 40 mil usuários ativos que compartilham suas experiências diariamente. E quando falamos em público, não estamos falando só do consumidor final, a Natura, gigante do setor de beleza, por exemplo, é outra empresa que compreendeu a necessidade de apostar na comunidade e foi ainda mais além: investindo na comunidade com as suas consultoras. Por meio dela, as revendedoras trocam opiniões e experiências sobre os produtos, mostram os diferenciais, além de compartilharem ideias sobre as preferências do público. Isso é genial! Afinal, quem melhor para indicar os produtos da marca do que quem está nas vendas do dia a dia?Sem dúvida alguma, as comunidades ganharão ainda mais força nos próximos anos, até porque, as empresas estão passando a compreender que para ter um crescimento expressivo, é necessário começar por aqueles que serão os responsáveis por divulgar os diferenciais da sua empresa. 

As marcas que vão decolar nos próximos anos são as que estão alinhadas com a construção de uma comunidade forte, pois é ela quem vai lhe dar uma base de afirmação dentro do mercado. O que quero dizer é que o público merece ter toda a atenção da empresa, pois é ele quem compartilhará as experiências oferecidas pela marca e pelos produtos com os demais. Então que tal começar a dar mais importância para o seu? 

Sobre Rapha Avellar

Rapha Avellar é um empreendedor em série e fundador da Adventures, aceleradora de marcas e uma das mais promissoras startups do país, que está criando o maior ecossistema de marcas nativas digitais das Américas. Antes disso, criou uma das empresas de mídia de crescimento mais rápido no Brasil antes da Adventures e levou a empresa da família de uma receita de R$ 3 milhões para R$ 30 milhões em 5 anos. Líder nato, comanda mais de 300 pessoas na Adventures e tem um histórico impressionante em negócios de crescimento rápido, acumula mais de 500 mil seguidores e milhões em alcance mensal em todas as mídias sociais, sendo um dos líderes mais influentes em marketing e empreendedorismo de sua geração. Além disso, conta com mais de 1 milhão de plays em seus podcasts, The CMO Playbook e Nas Trincheiras.