Os credores do grupo Rede não gostaram
A Energisa, compradora do combalido grupo de distribuição de energia Rede, hoje em recuperação judicial, acaba de concluir uma venda de debêntures para financiar os aportes exigidos pela Justiça e pelos reguladores. Uma emissão de 1,5 bilhão de reais em debêntures foi comprada pelos bancos Itaú, BTG Pactual e Citibank. Parece uma boa notícia, mas os credores do grupo Rede estão indignados. Uma cláusula das debêntures dá aos bancos a […] Leia mais
Publicado em 31 de março de 2014 às, 17h00.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h32.
A Energisa, compradora do combalido grupo de distribuição de energia Rede, hoje em recuperação judicial, acaba de concluir uma venda de debêntures para financiar os aportes exigidos pela Justiça e pelos reguladores. Uma emissão de 1,5 bilhão de reais em debêntures foi comprada pelos bancos Itaú, BTG Pactual e Citibank. Parece uma boa notícia, mas os credores do grupo Rede estão indignados. Uma cláusula das debêntures dá aos bancos a garantia sobre ações de quatro distribuidoras do grupo em São Paulo e no Paraná. A Energisa poderá entregar essas distribuidoras para saldar a dívida, afirma a escritura das debêntures. Por que isso revolta os credores? Quando a venda do Rede foi aprovada, a Energisa prometeu que investiria 1,9 bilhão de reais na empresa. Mas, como as garantias dadas são ativos do próprio Rede e as debêntures vencem em apenas dois anos, o risco é que o grupo acabe encolhendo — caso não gere caixa suficiente para pagar a dívida num ritmo tão rápido. Os credores estrangeiros vão entrar com representação na Justiça contestando a operação, argumentando que o acordo com a Energisa não está sendo cumprido. Procurada, a Energisa afirma que pretende alongar o prazo de vencimento das debêntures — assim, não seria obrigada a vender distribuidora alguma.