Exame.com
Continua após a publicidade

Oi faz escolha curiosa para local de assembleia de credores

Assembleia pode ser o primeiro embate público entre fornecedores, detentores de títulos e bancos que fizeram empréstimos à empresa

Luta no Riocentro: 
o local foi escolhido para a assembleia de credores da Oi (Ramsey Cardy/Sportsfile/Getty Images)
Luta no Riocentro: o local foi escolhido para a assembleia de credores da Oi (Ramsey Cardy/Sportsfile/Getty Images)
P
Primeiro Lugar

Publicado em 20 de outubro de 2017 às, 05h55.

Última atualização em 20 de outubro de 2017 às, 05h55.

São Paulo — A operadora de telecomunicações Oi fez uma escolha curiosa para sua assembleia de credores, marcada para o dia 23 de outubro. Será no Riocentro, espaço que foi palco dos últimos eventos de luta MMA no Rio de Janeiro. A companhia ainda deve patrocinar uma escola popular de artes marciais e, por isso, o presidente Marco Schroeder ganhou recentemente um cinturão de campeão, que está em sua sala. As coincidências sobre a preparação para o grande evento acabaram virando piada entre alguns executivos e conselheiros.

A assembleia de credores pode ser o primeiro embate público entre fornecedores, detentores de títulos e bancos que fizeram empréstimos à empresa. Ninguém espera uma reunião serena sobre a votação do novo plano de recuperação judicial. Se a assembleia de fato acontecer, será uma reunião de tamanho inédito no Brasil. A recuperação judicial da Oi, como se sabe, é a maior da história: são 65 bilhões de reais de dívida e 65 000 credores.

Faltando uma semana para o evento, empresa e administrador judicial fizeram uma simulação da assembleia, envolvendo mais de 1 000 pessoas. Advogados ligados ao processo avaliam, no entanto, que será difícil ter o quórum mínimo necessário já nessa primeira data, e a votação pode ficar para novembro. Credores que discordam totalmente do plano de recuperação que será apresentado, e argumentam que foi formulado para defender os acionistas, têm pedido à empresa e ao administrador judicial que suspendam a assembleia para evitar o pior desfecho — a liquidação (ou o nocaute) da Oi.