O queridinho da Embraer
A preferência da Embraer pelos caças suecos Gripen, tão criticada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, não é nova. Há exatos dez anos, quando o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso abriu a concorrência para escolher o novo caça da Força Aérea Brasileira, a empresa produziu um relatório técnico a pedido da Aeronáutica apontando as qualidades e problemas dos concorrentes. O destaque foi o Gripen, que competia na época com […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2009 às 21h40.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 13h17.
A preferência da Embraer pelos caças suecos Gripen, tão criticada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, não é nova. Há exatos dez anos, quando o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso abriu a concorrência para escolher o novo caça da Força Aérea Brasileira, a empresa produziu um relatório técnico a pedido da Aeronáutica apontando as qualidades e problemas dos concorrentes. O destaque foi o Gripen, que competia na época com os russos Mig e Sukhoi e com o francês Mirage 2000, da Dassault. Os americanos F-16 e F-18 eram carta fora do baralho porque o governo americano não permitia a transferência de tecnologia. Meses depois, a Embraer firmou uma sociedade com um consórcio formado pelas francesas Thales, Dassault e Snecma. Naquela ocasião, os concorrentes fecharam parcerias com empresas locais. Obviamente a escolhida da Dassault foi a Embraer. E a preferência da Embraer passou a ser os Mirage 2000.
O governo mudou, a concorrência foi adiada e agora, dez anos depois e já sem os franceses na sociedade, a Embraer volta a preferir os Gripen. Ao contrário do que pensa Jobim, um declarado defensor dos Rafale da Dassault, a Embraer tem motivos para opinar sobre qual caça ela prefere. Pelo que prevê o edital de concorrência, seja quem for o vencedor ele terá de firmar uma parceria com a Embraer para transferência de tecnologia. Não bastasse esse motivo, a Dassault é uma rival importante da Embraer no mercado mundial de aviação executiva. Hoje cambaleante, graças à crise mundial, a Dassault depende dos bilhões de dólares que o governo brasileiro pode pagar pelos Rafale para se reerguer. Colaborar com a recuperação da companhia francesa não vai ajudar os milhares de brasileiros que foram demitidos pela Embraer no início do ano a reaver seus empregos.
Já a Força Aérea Brasileira tem opiniões divididas. Os pilotos, que gostam de aviões possantes, grandes e bem-sucedidos em operações de combate preferem os F-18 da Boeing. Já o comando da Aeronáutica tem dito em conversas reservadas que prefere os Gripen. Os Rafale só encontram o apoio de Lula e Jobim. Mas talvez seja o deles que importa.
A preferência da Embraer pelos caças suecos Gripen, tão criticada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, não é nova. Há exatos dez anos, quando o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso abriu a concorrência para escolher o novo caça da Força Aérea Brasileira, a empresa produziu um relatório técnico a pedido da Aeronáutica apontando as qualidades e problemas dos concorrentes. O destaque foi o Gripen, que competia na época com os russos Mig e Sukhoi e com o francês Mirage 2000, da Dassault. Os americanos F-16 e F-18 eram carta fora do baralho porque o governo americano não permitia a transferência de tecnologia. Meses depois, a Embraer firmou uma sociedade com um consórcio formado pelas francesas Thales, Dassault e Snecma. Naquela ocasião, os concorrentes fecharam parcerias com empresas locais. Obviamente a escolhida da Dassault foi a Embraer. E a preferência da Embraer passou a ser os Mirage 2000.
O governo mudou, a concorrência foi adiada e agora, dez anos depois e já sem os franceses na sociedade, a Embraer volta a preferir os Gripen. Ao contrário do que pensa Jobim, um declarado defensor dos Rafale da Dassault, a Embraer tem motivos para opinar sobre qual caça ela prefere. Pelo que prevê o edital de concorrência, seja quem for o vencedor ele terá de firmar uma parceria com a Embraer para transferência de tecnologia. Não bastasse esse motivo, a Dassault é uma rival importante da Embraer no mercado mundial de aviação executiva. Hoje cambaleante, graças à crise mundial, a Dassault depende dos bilhões de dólares que o governo brasileiro pode pagar pelos Rafale para se reerguer. Colaborar com a recuperação da companhia francesa não vai ajudar os milhares de brasileiros que foram demitidos pela Embraer no início do ano a reaver seus empregos.
Já a Força Aérea Brasileira tem opiniões divididas. Os pilotos, que gostam de aviões possantes, grandes e bem-sucedidos em operações de combate preferem os F-18 da Boeing. Já o comando da Aeronáutica tem dito em conversas reservadas que prefere os Gripen. Os Rafale só encontram o apoio de Lula e Jobim. Mas talvez seja o deles que importa.