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BNDES ganha R$ 1,27 bilhão com ações da JBS em um dia

Valor de mercado da empresa subiu 9,6% entre sexta-feira, 22, e hoje com expectativa de corte de imposto de importação de carne suína pela China

Fábrica da JBS: no ano, valorização da empresa chega a 136% (Ueslei Marcelino/Reuters)
Fábrica da JBS: no ano, valorização da empresa chega a 136% (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Publicado em 25 de novembro de 2019 às, 20h25.

Última atualização em 25 de novembro de 2019 às, 20h26.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ganhou 1,27 bilhão de reais com a valorização das ações da procesadora de alimentos JBS na bolsa de valores brasileira B3 entre sexta-feira, 22, e hoje.

O BNDES tem uma fatia de 21,3% da JBS. O valor de mercado da empresa, controlada pela família dos irmãos Joesley e Wesley Batista, subiu 9,6% nesta segunda, para 67,7 bilhões de reais. Desde o início de 2019, os ganhos do BNDES com essa participação chegam 136%, o equivalente a 8 bilhões de reais.

Os investidores na B3 aumentaram as apostas nos frigoríficos depois que o presidente da produtora de carne Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, disse que a China pode reduzir os impostos aplicados sobre a carne importada do Brasil, que chegam a 24%.

Segundo Queiroz, o assunto foi discutido durante a recente visita do presidente Jair Bolsonaro à China e está na pauta da negociação do Mercosul com os chineses. Já há indicações de que algumas empresas do país asiático receberam autorização para comprar a carne brasileira sem impostos.

A China está aumentando as importações de carne de porco após o rebanho do país ser dizimado pela peste suína asiática. No BNDES, é grande o debate sobre quando e como vender a fatia na JBS. A empresa é vista como "radioativa" no banco porque a família Batista admitiu em 2017 ter se envolvido em práticas de corrupção com políticos.