Economistas contando a mesma história de sempre
No mês passado Brad DeLong fez um post em seu blog sobre uma carta circulando entre economistas em defesa de Donald Trump – embora, como ele apontou, eles não se atrevam a dizer isso. Em vez disso, eles se descrevem apenas como críticos de Hillary Clinton (leia o post aqui). Várias coisas são notáveis sobre […]
Publicado em 17 de outubro de 2016 às, 11h48.
Última atualização em 22 de junho de 2017 às, 18h09.
No mês passado Brad DeLong fez um post em seu blog sobre uma carta circulando entre economistas em defesa de Donald Trump – embora, como ele apontou, eles não se atrevam a dizer isso. Em vez disso, eles se descrevem apenas como críticos de Hillary Clinton (leia o post aqui).
Várias coisas são notáveis sobre a carta, inclusive a ausência de muitos economistas republicanos normalmente confiáveis. Mas o grupo não inclui um ganhador do Nobel, Eugene Fama, no topo. E o conteúdo da carta – Governo mau! Impostos e regulamentações maus! Livres mercados e Reagan bons! – é bem típico.
O que é curioso é por que, exatamente, alguém deveria acreditar nesta história. De acordo com a memória recente, o presidente George W. Bush fracassou em entregar o prometido boom de Bush e eventualmente teve de presidir sobre um desastre. A economia sob o presidente Obama não foi tudo que se esperava dele, mas como muitos comentaristas notaram, a geração de empregos dos últimos três anos e a elevação da renda que finalmente apareceu seriam comemorados como triunfos se Mitt Romney fosse eleito presidente. De um ponto de vista mais abrangente: o presidente Bill Clinton se saiu melhor que o presidente Reagan, e o Sr. Obama se saiu melhor que o Sr. Bush, por praticamente qualquer parâmetro.
Por que essa realidade aparentemente não cola? Uma resposta ampla está na ignorância profunda, na insistência de que a história é o que se supõe que ela seja, e não o que de fato é. Lá atrás, o Sr. Fama foi pego insistindo que houve um grande arranque do crescimento global depois de 1980 como consequência da desregulamentação financeira. Na verdade, o crescimento nos países desenvolvidos tem sido lento desde 1980 quando comparado aos anos anteriores, e é muito difícil atribuir o crescimento chinês na gestão de Deng Xiaoping à desregulamentação bancária nos Estados Unidos. Mas é deste direito que estamos falando: Lendas que apoiam a causa triunfam sobre verdades inconvenientes.
E vamos ser claros: Este é um problema que não irá embora mesmo que o Sr. Trump sofra uma derrota acachapante.