Os vieses comportamentais e resultados femininos no mundo dos investimentos

Por Camila Sandoval*

Há diversos fatores que influenciam a tomada de decisão. Hoje, vamos falar da busca do ser humano por situações que oferecem satisfação de maneira mais rápida - que pode ser uma armadilha.

Mesmo com um leque de muitas opções, se uma solução satisfatória for logo encontrada sem que todas tenham sido analisadas, as restantes tendem a ser ignoradas pois o satisfatório já foi encontrado.

Uma derivada interessante é a heurística do conhecimento, na qual dentre dois objetos, sendo um conhecido e outro não, a tendência é atribuir mais valor àquele que é conhecido.

Mas, ele é necessariamente o melhor?

A psicologia cognitiva chama de utilidade positiva quando buscamos a maximização do prazer (utilidade positiva) e a diminuição da dor (utilidade negativa), sem análise profunda no processo. É fácil encontrar este retrato na sociedade atual, não é mesmo?

Pois bem. Esses desafios devem ser enfrentados e aprofundados na tomada de decisão no âmbito de investimentos. Ao analisar e propor um investimento ao cliente, o alocador e também o cliente estão expostos aos vieses citados.

Você sabia que tanto por diferenças biológicas como comportamentais, a mulher tem um perfil de investimento diferente do homem?

Considerando as fragilidades comportamentais expostas neste artigo, notamos que as mulheres são mais analíticas e escutam mais a opinião de gestores, e dessa forma “abrem o leque” de possibilidades e atrasam a solução satisfatória. Assim, cometem menos erros que os homens.

Também por considerarem o mercado financeiro como um ambiente predominantemente masculino, são menos expostas ao viés do excesso de confiança e têm mais medo de errar.

Elas mostram menor apego às decisões e maior capacidade de mudança, e consequentemente maior disciplina tão necessária no mundo dos investimentos.

*Camila Sandoval é sócia fundadora da Sonata Gestora de Patrimônio: Family Office gerido por mulheres com 13 anos de história.