Exame.com
Continua após a publicidade

12 dicas para um líder mais conectado e coerente

Thiago Franzão, publicitário da Agência Africa, compartilha seus "12 mandamentos" para exercer uma liderança mais coerente e conectada com as pessoas.

 (Josh Calabrese - Via Unsplash)
(Josh Calabrese - Via Unsplash)
O
O que te motiva

Publicado em 29 de maio de 2018 às, 10h27.

Última atualização em 6 de dezembro de 2018 às, 23h12.

Na matéria passada, trouxe algumas premissas do genial livro de Simon Sinek “Líderes se servem por último” e aproveitei o tema para entrevistar o publicitário Thiago Franzão, que recentemente assumiu um novo desafio na agência Africa, depois de comandar uma equipe de 35 pessoas como VP de Mídia na agência Grey. 

Como nosso papo rendeu bastante, separei o conteúdo da entrevista em duas partes, deixando para essa matéria os 12 princípios de liderança e gestão que o Thiago compartilhou. Bom, sem muitas delongas, aqui vão os “12 mandamentos” do Thiago como Líder – dicas de quem vive a gestão no dia a dia e podem ajudá-lo na difícil arte de liderar em pleno cenário de macromudanças e transição do séc XXI:

1) Queira fazer sempre o seu melhor, inspire o seu time a fazer o mesmo.

2) Lidere pelo exemplo. Discurso sem estar alinhado com ações não significa nada.

3) Busque entregar o resultado acima de tudo, com exceção de 2 coisas: atingir resultados não pode estar acima das pessoas e não macular os seus valores morais e éticos.

4) Aja com seus colaboradores da mesma forma que você gostaria que seu líder agisse com você.

5) Pessoas são pessoas, e os seus problemas pessoais afetam o seu desempenho, precisamos entender isso.

6) Busque ser melhor a cada dia. Não melhor que o seu concorrente ou do que a pessoa ao seu lado, ser a melhor versão de si mesmo.

7) Um líder muitas vezes extrapola a esfera profissional, por várias vezes já me peguei conversando com meus colaboradores sobre problemas pessoais. De alguma forma, este acaba sendo também o papel do líder do século XXI.

8) Por vários motivos o mundo corporativo exige que, as vezes, você tome decisões que não concorda, mas nunca compactue com decisões que abalem os seus valores. Os seus valores são os bens mais preciosos que você tem, eles são a sua palavra e a sua assinatura no mundo.

9) Pessoas vêm de culturas, criações, histórias e relações muito diferentes uma das outras, cabe ao líder entender e orquestrar este conjunto para extrair o melhor de sua equipe. O líder é um maestro que busca uma sintonia entre vários instrumentos diferentes.

10) Tenha paciência para ensinar quem com você tem a aprender, e humildade para aprender com alguém que tem algo a te ensinar.

11) Dê feedbacks constantes, feedbacks positivos podem ser dados em grupo, já os negativos, sempre individualmente.

12) Reconheça o seu time, assuma a responsabilidade pelos problemas, não “venda” a sua equipe. Um líder vai na frente assumindo os riscos e nunca escondido atrás buscando se proteger dos perigos.

E depois de compartilhar os 12 princípios balizadores da sua gestão, Thiago conclui: “Essa é a maneira como tento liderar o meu time no dia a dia, e sim, é claro que cometo erros e aproveito para tentar aprender com eles. O ponto não está exatamente nos erros que cometemos, mas como os contornamos e o que buscamos como meta para evoluir.”

Em certo momento da conversa pedi para Franzão citar um líder que fosse sua fonte de inspiração. E a resposta veio certeira “O líder que mais admiro é o fundador da Virgin, Sir Richard Branson. O modelo de gestão que ele implementou em suas empresas é absolutamente incrível: voltado para resultado e também para pessoas. Ao conhecer mais de perto sua trajetória, é possível notar que ele transferiu para o seu modelo de gestão o que ele genuinamente sente sobre como as pessoas devem ser lideradas. Uma de suas frases emblemáticas (e são várias) é – ‘Clientes não vem em primeiro lugar. Seus colaboradores vem em primeiro lugar, se você cuidar de seus colaboradores, eles cuidarão dos seus clientes’ -  Eu não poderia concordar mais com esta frase” – comenta Thiago, e segue: 

“Um outro pensamento de Sir Richard é – ‘Seja sempre cordial e respeitoso, faça o que é correto, mantenha seus valores, seja justo em todas as situações’, sem dúvida, Richard Branson é de longe o líder que mais admiro e o que mais me inspira pela coerência entre seu discurso e suas ações. Ter coerência é muito importante. Hoje fica bem aos olhos do mercado falar que o foco de uma ou outra empresa são as pessoas, mas são mesmo? Quantas empresas têm este discurso? E quantas agem realmente de forma coerente alinhando seu discurso e suas ações?  Realmente poucas.
Para mim o papel do líder é ter em seu time, ou pelo menos na maior parte dele, pessoas que estão alinhadas de alguma forma com seus valores. Não quero dizer que são pessoas iguais a ele, mas sim pessoas que carregam o mesmo sentido de ética, moral, conduta e honestidade. Para mim liderar é um treino, uma escola, sempre se aprende algo novo.”

Como comentei no início, essa é uma matéria complementar a anterior. Vale a pena dar uma olhada para se ter uma visão mais ampla sobre o tema.

Não é de hoje que venho falando sobre a adaptação e reinvenção da liderança e dos modelos de gestão como extremamente significativos diante de um mundo em plena evolução exponencial. Não são apenas os saltos tecnológicos que alteram o meio, a interconexão, a velocidade de informação, o compartilhamento e a interdependência são fatores que juntos, imprimem um novo ritmo em todas as relações humanas. 

Liderar pessoas diante desse cenário é um desafio cada vez maior. A liderança se depara ainda com uma multiplicidade de gerações nunca experimentada trabalhando concomitantemente nos mesmos ecossistemas – tema que daria pelo menos mais uma matéria. Os anseios humanos em relação ao trabalho também vêm se transformando, assim como a aproximação entre líderes e liderados - hoje pessoas buscam estar sob a égide de líderes que possam servir como fonte de inspiração. Hoje também é mais fácil ser amado e odiado em fração de segundos. Como citamos em outras matérias, o momento é de transparência involuntária e a liderança não escapa desse contexto, pelo contrário. A visão do Thiago é pela coerência entre o que se fala e o que se faz, e pela aproximação entre resultados e pessoas. Números que contentam os acionistas, com ações que contentam colaboradores. Buscar a coerência ao mesmo tempo em que fazer sorrir os acionistas e o seu time é uma matemática extremamente desafiadora, mas que outro cenário atual não enfrenta desafios semelhantes? E se a fórmula harmônica vingar, quem sabe a liderança alcance uma “oitava maior” e dê também um salto exponencial.

Se você quer ouvir mais sobre liderança e gestão, se inscreva gratuitamente no 1º Fórum Humans Can Fly com o tema “Mundo em Transição”, o Thiago Franzão já é presença confirmada. 

Se você gostou dessa matéria, pode se interessar também:

-Liderança Holística - acompanhando um mundo em transição

-Chief Spiritual Officer - um novo executivo para tempos de transformação

-O Mundo Novo já é fato! Como se conectar com ele?

-A Era da Transparência Involuntária

Por Luah Galvão

Idealizadores do Walk and Talk, Luah Galvão e Danilo España deram uma Volta ao Mundo por mais de 2 anos e visitaram 28 países para entender o que Motiva pessoas. Em seguida fizeram o Caminho de Compostela entrevistando peregrinos sobre Superação. Recentemente voltaram da Expedição Perú, onde focaram seu olhar para resiliência. Compartilham suas descobertas através de palestras e workshops por todo o Brasil.