Exame.com
Continua após a publicidade

Mulheres mudam o mundo

Mulheres estão mudando o mundo. E, a partir de hoje, aqui nesta coluna, teremos o Nosso Olhar sobre o que vem acontecendo no Brasil e no mundo

 (Cássia Tabatini/Divulgação)
(Cássia Tabatini/Divulgação)
N
Nosso Olhar

Publicado em 1 de julho de 2020 às, 12h53.

Última atualização em 1 de julho de 2020 às, 13h42.

Mulheres. Somos plurais. Diversas. Força. Potência. Somos mães, leoas. Somos líderes natas. Somos 51% da população, mas ganhamos em torno de 22% menos que os homens (IBGE 2019), ocupamos apenas 37% dos cargos de liderança e 12% dos cargos políticos. De acordo com a Unesco somos apenas 28% das pesquisadoras em ciência, engenharia, tecnologia e matemática. E apenas 17 mulheres receberam o prêmio Nobel nessas áreas. Segundo um levantamento de 2018 do Instituto Unibanco quase 2 milhões de meninas e mulheres entre 15 e 29 anos não terminaram o ensino médio.

Só em 1879 as mulheres brasileiras conseguiram o direito de estudar em instituições de ensino superior, e quem seguia esse caminho era criticada. Votar só foi possível na década de 1930. Na Arábia Saudita as mulheres conseguiram o direito de dirigir em 2017, único país que ainda mantinha essa restrição. Mas temos também ótimos exemplos de mulheres na ciência como a Hedy Lamarr, que além de atriz, criou a tecnologia que serviu de base para o Wi-Fi. A NASA anunciou que vai renomear a sua sede em Washington para Edifício Mary W. Jackson, em homenagem a primeira engenheira negra da agência espacial. Temos mulheres na ciência. Precisamos de mais.

Mulheres. Somos zebras. Líderes mais humanas, mais conscientes. Diferentes da visão agressiva, pé na porta de um Unicórnio, as Zebras são empreendedoras que chegam lá com uma liderança mais humana, mais ética, mais colaborativa e com mais inteligência emocional. Mulheres, são movidas por propósito onde o sucesso não está só em ganhar dinheiro, mas em também deixar um legado, um marco, para que o mundo de amanhã seja melhor do que o de hoje. Mulheres, são a maioria na linha de frente (90% das equipes de enfermagem do mundo segundo a OMS) nos hospitais na pandemia. Sendo que muitas são mães e honram sua missão de salvar vidas como soldados que foram para as guerras.

E mesmo com tudo isso ainda precisamos nos lembrar todos os dias: Nosso trabalho importa. Nossa voz importa. Nosso sucesso importa. Não só por sermos líderes natas e pessoas competentes, mas porque segundo a McKinsey & Company, empresas com mais diversidade de gênero são 15% mais propensas a um maior faturamento em relação a seus concorrentes. Se adicionarmos mais mulheres à força de trabalho, o PIB global subiria 26%.

Já ouvi dizer que mulheres são o sexo frágil. Quem inventou isso não viu uma mulher numa sala de parto ou liderando um país como a Jacinda Ardern na Nova Zelândia durante a crise da Covid-19. A Nova Zelândia foi um dos melhores países a lidar com a pandemia.

Somos multifacetadas por natureza. Conseguimos fazer tudo isso e ter filhos se quisermos,  casar se quisermos e ser boas donas de casa se a gente quiser. Não. Não é obrigatório querer assumir todos esses papéis. Mas ser uma mulher de sucesso não significa mais ser infeliz na família. Uma coisa não exclui a outra. A gente soma. A gente multiplica. Mas não somos super heroínas. Somos mulheres. Seres humanos. Que erramos, cansamos. E não precisamos ficar mostrando que somos impecáveis e implacáveis o tempo todo, só por sermos mulheres. Chega do mito da mulher perfeita. Somos mulheres e ponto.

Mulheres estão mudando o mundo com empresas inovadoras e prontas para a nova era. Veja o trabalho de Nina Silva, em seu Black Money que faz a inserção da comunidade negra no hub de inovação e empreendedorismo. Camila Achutti com seu MasterTech que trabalha por mais mulheres na tecnologia. Daniela Cachich, VP de marketing da Pepsico, que dá um novo olhar a marcas como Doritos e Eqlibri colocando pessoas e causas à frente de marcas e produtos. Luiza Trajano, presidente do conselho da Magazine Luiza que foi reconhecida como uma das empresas que ganhou mais confiança durante os tempos incertos que estamos vivendo. Patrícia Santos com seu EmpregueAfro, trazendo mais diversidade para as empresas. Tabata Amaral, uma jovem política de 26 anos, que lidera um movimento importante pela educação no Brasil. Malala Yousafzai, a pessoa mais nova a receber um Nobel e sua luta pelo direito de estudar.

Mulheres estão mudando o mundo. E podemos fazer isso juntos com mais diálogo, mais união. Homens e mulheres unidos por um mundo melhor. #A_Gente muda o mundo juntos. E a partir de hoje, aqui nessa coluna teremos o Nosso Olhar. Sobre tudo que vem acontecendo no Brasil (e no mundo).

Seja bem vindo.