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"Não construímos um discurso democrático sobre segurança pública"

Leandro Piquet, especialista do Imil, critica resposta das autoridades à crise no sistema penitenciário

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Instituto Millenium

Publicado em 17 de janeiro de 2017 às, 16h57.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 07h19.

A crise do sistema penitenciário ganhou contornos graves com as rebeliões em unidades penitenciárias no Norte do país. Em reposta as rebeliões, o governo federal anunciou o Plano Nacional de Segurança. Na opinião do especialista em segurança pública e professor da Universidade de São Paulo (USP), Leandro Piquet, a reação das autoridades foi tímida frente as assimetrias das estruturas de segurança pública em todo o país.

Para o professor, é preciso diminuir a assimetria entre as polícias militares. Segundo Piquet, caberia ao exército promover o nivelamento das PMs, que são forças auxiliares às forças armadas, de todo país. O exército deveria exercer o papel de agência reguladora, sendo responsável pela qualidade técnica e pelo treinamento dos policiais militares.

O professor reconhece a importância da cooperação entre União, Estados e municípios para equacionar os problemas da segurança pública, mas é cético quanto às declarações desse tipo. “Sem uma lei que defina essa cooperação, ela não acontecerá”.

Do ponto de vista histórico, Leandro Piquet acredita que o impacto da redemocratização na segurança pública aconteceu em um ritmo mais lento do que em outros serviços públicos como educação, saúde e saneamento básico. “Não construímos um discurso democrático sobre segurança pública”, conclui.

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