Caso Geddel x Calero é fruto de um novo momento político, para Bruno Garschagen
As demissões dos ministros Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, e Marcelo Calero, Cultura – devido à pressão de Geddel para que o Iphan liberasse a construção do edifício La Vue Ladeira da Barra, em Salvador – é fruto de um novo momento da política nacional, na opinião do cientista político Bruno Garschagen. Segundo o cientista político não é incomum saber de políticos que usam seu poder para obter […] Leia mais
Publicado em 1 de dezembro de 2016 às, 15h47.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 07h23.
As demissões dos ministros Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, e Marcelo Calero, Cultura – devido à pressão de Geddel para que o Iphan liberasse a construção do edifício La Vue Ladeira da Barra, em Salvador – é fruto de um novo momento da política nacional, na opinião do cientista político Bruno Garschagen.
Segundo o cientista político não é incomum saber de políticos que usam seu poder para obter benefícios. O incomum, na visão de Garschagen, foi a denúncia feita por Marcelo Calero. Para ele, a mudança de comportamento está relacionada com a atuação dos cidadãos, que acompanham o dia a dia da política e das instituições. O Instituto Millenium também tem respaldado esse sentimento de indignação da população com esse tipo de abusos.
“Em outro momento talvez o ex-ministro da cultura não tivesse coragem de fazer a denúncia”, argumenta.
Garschagen explica que a ideia de se apropriar de bens públicos para benefícios privados é uma herança da colonização portuguesa e da mentalidade feudal. “Boa parte dos bens públicos eram propriedade do Rei e da aristocracia”, ressalta.
O autor de “Pare de Acreditar no Governo – Por que os brasileiros não confiam nos políticos e amam o Estado” (Editora Record, 2015) defende a criação de mecanismos de punição que desestimulem condutas com a do ex-ministro Geddel Vieira Lima.