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Como vender os produtos sustentáveis da Amazônia

Negócios de impacto amazônicos participam da maior feira de produtos naturais da América Latina

Extração extrativista de látex no Amazonas  (André Dib/ WWF/Reprodução)
Extração extrativista de látex no Amazonas (André Dib/ WWF/Reprodução)
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Ideias renováveis

Publicado em 8 de junho de 2022 às, 13h41.

Ativos da Amazônia têm, cada vez mais, sido usados na produção de alimentos saborosos, cosméticos e artesanato. A bioeconomia da maior floresta tropical do planeta tem um potencial que, ainda que não seja de todo conhecido, tem tudo para ser o motor de um desenvolvimento mais virtuoso para a região.

Já existem negócios e marcas que utilizam sabiamente esses ativos, gerando impactos positivos para a floresta e para as comunidades que nela vivem. Os chamados negócios de impacto se multiplicam na região amazônica, juntando inovação e saberes ancestrais. 

E é com esse espírito que 32 dessas marcas estarão reunidas na NaturalTech, maior feira de produtos naturais da América Latina. O evento acontece em São Paulo de 8 a 11 de junho, no Anhembi, e é uma grande vitrine para os negócios.

Um estande de quase 100 m² abrigará os 32 negócios que integram a iniciativa Amazônia em Casa Floresta em Pé. Lá o visitante vai encontrar chocolate com cacau nativo, café agroflorestal, castanhas, sucos, guaraná, suplementos alimentares, farofas, tucupis, geleias, molhos, pimentas, óleos, pescados, biocosméticos, artesanato, acessórios, dentre outros produtos naturais. 

A feira é uma oportunidade para promover a troca de experiências entre produtores, redes varejistas e consumidores finais, o que trará visibilidade e contribuirá para ampliar a presença desses produtos no mercado. Segundo a organização da NaturalTech, o mercado de produtos naturais, probióticos, integrais, fitoterápicos e tratamentos complementares cresce cerca de 4,4% ao ano, o que faz o Brasil ocupar o quarto lugar no ranking de faturamento mundial. 

Na edição de 2019, última presencial realizada antes da pandemia da covid-19, a NaturalTech recebeu compradores, chefes de cozinha e gastrólogos, fornecedores de produtos e serviços do setor, profissionais de saúde, imprensa, universidades, escolas técnicas, órgãos de governo e consumidor final. 

E foi justamente durante a pandemia que surgiu a iniciativa Amazônia em Casa Floresta em pé, voltada a buscar soluções de mercado para negócios de impacto amazônicos, que tiveram suas vendas reduzidas ou cessadas com a impossibilidade de deslocamento e as dificuldades com logística.

Surgida em 2020, inicialmente contava com 16 marcas amazônicas e hoje, transformada em um programa de acesso a mercados para negócios de impacto com atuação na Amazônia, já conta com 35 marcas, das quais 32 participam da NaturalTech.

Em 2022 foi lançada uma chamada para negócios interessados em se integrar ao programa, e os 20 selecionados começaram em maio sua jornada de capacitação prática, que dura seis meses e inclui a participação na NaturalTech. O objetivo é preparar e fortalecer as estratégias de cada marca na participação de campanhas, feitas e eventos, bem como o aprimoramento da inteligência logística e comercial e a promoção do intercâmbio entre os empreendedores de impacto com atuação na Amazônia. 

A iniciativa Amazônia em casa Floresta em pé é coordenada pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), pela AMAZ Aceleradora de Impacto e pela Climate Ventures. Tem como apoiadores Mercado Livre, a maior plataforma de e-commerce da América Latina, Fundo Vale, GIZ, CLUA, Instituto humanize e Instituto Clima e Sociedade.

Quem comparecer à NaturalTech poderá conhecer de perto toda a diversidade de produtos e sabores da Amazônia trazidos por essas marcas e a potência desse arranjo, que busca reunir atores estratégicos e agir de forma colaborativa para superar gargalos e aumentar as vendas e o acesso a mercados destes empreendimentos. 

*Mônica Ribeiro é jornalista, antropóloga e consultora da AMAZ Aceleradora de Impacto.