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As 100 Melhores ONGs para apoiar

O Prêmio Melhores ONGs 2021 acaba de anunciar lista das ONGs reconhecidas por suas boas práticas. Por que isso importa para o setor privado

 (Chinnapong/Getty Images)
(Chinnapong/Getty Images)
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Ideias renováveis

Publicado em 2 de dezembro de 2021 às, 14h24.

Uma das consequências positivas do crescente interesse do setor privado de todo o mundo pelas questões sociais e ambientais (conhecidas no meio por ESG) é que as empresas estão começando a ver que podem ganhar muito planejando ações voltadas para essas causas e investindo em iniciativas que aumentem seus impactos positivos. Consumidores cada vez mais conscientes de seus papéis para mitigar as mudanças climáticas vão cobrar isso. O mercado global também. E as empresas que já fazem ou estão começando a fazer algo nesse sentido só têm a ganhar, não só em suas imagens, mas também em retorno financeiro.

Um dos desafios é que muitas das ações necessárias não estão dentro das capacidades dos negócios. A maioria das empresas não têm estrutura para isso, nem pessoas com esse tipo expertise em suas equipes. Nem deveriam. Está tudo bem que seja assim, cada negócio tem que ser especialista em sua área de atuação. Não faz sentido que uma indústria de alimentos, instituição financeira ou empresa de serviços seja grande especialista em causas ambientais e sociais. Até porque já existe gente muito qualificada que trabalha nessas áreas há anos e, além de conhecimento, tem legitimidade para isso. São pessoas que já conhecem e dialogam com os grupos que serão beneficiados pelas ações socioambientais e isso é importante, porque elas sabem o que cada comunidade realmente precisa. Não basta ter boa intenção, é importante entender o desejo do grupo que você quer ajudar. E respeitar sua autodeterminação. Nesse ponto (e não só nesse), as organizações do terceiro setor, ou ONGs, podem ser grandes aliadas das empresas.

O Brasil tem milhares de ONGs que, cada uma em sua área, têm conhecimento de sobra para compartilhar, adquirido com mais do que teoria, mas com muita prática. Elas têm ações em andamento nos territórios e setores onde atuam, mas a maioria depende de doações para continuar trabalhando, dinheiro que as equipes financeiras das ONGs arrecadam de pessoas físicas e jurídicas. Ao entrar com o capital, as empresas não estão apenas fazendo caridade, mas também podem ganhar muito, pois vão conseguir fazer melhor as ações de impacto positivo que querem e precisam.

Mas, como um empresário, que entende pouco do terceiro setor, pode saber em que organizações pode confiar e investir? É aí que entra o Prêmio Melhores ONGs, que reconhece, desde 2017, o trabalho prestado pelas instituições não-governamentais no Brasil, funcionando como um farol para orientar doações. Todos os anos, após uma criteriosa avaliação feita por professores, pesquisadores, jornalistas e lideranças sociais, o Prêmio anuncia as 100 melhores ONGs do Brasil. Na lista de 2021, que acaba de ser divulgada  no site premiomelhores.org, é possível conhecer o nome das organizações reconhecidas por suas boas práticas em quesitos como governança, transparência, comunicação e financiamento. Qualquer empresário pode investir, tranquilamente, em qualquer organização que conste nessa lista.

O Prêmio Melhores ONGs — que é realizado pelo O Mundo que Queremos, pelo Instituto Doar e pelo Ambev VOA, com apoio de pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), do Instituto Humanize e do Canal Futura — também cria critérios de gestão e boas práticas para o terceiro setor. Assim, contribui para a melhoria na gestão de todas as participantes, incluindo as que não são premiadas. A intenção é incentivar boas práticas e ajudar também as que não se destacaram este ano a se saírem melhor no ano que vem. Por isso, todas as ONGs que passaram para a segunda fase vão receber uma devolutiva detalhada dos seus pontos fracos e fortes. Para Fernando Nogueira, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que coordena a banca avaliadora do Prêmio desde a primeira edição, a ação já tem dado resultados. “Vemos uma sequência de anos com melhorias significativas no nível das inscrições. São organizações cada vez mais profissionais”, afirma.

Uma novidade deste ano é que, por conta do grande número de inscritas, o Prêmio Melhores ONGs vai reconhecer também, pela primeira vez, as melhores ONGs de cada estado. Isso mesmo, apesar de esse ter sido um ano difícil, seguido de outro que já havia sido complicado, mais organizações se inscreveram. E chegaram mais fortes. Isso mostra que elas têm tido um reconhecimento dos doadores, das comunidades, das pessoas físicas e das empresas. A lista final, que será divulgada na cerimônia oficial (dia 9 de dezembro, às 18h, com transmissão pelo youtube do Canal Futura), é um ótimo guia para as empresas que preferem investir em organizações de sua própria região. Durante a cerimônia também serão anunciadas a melhor de cada causa, as dez melhores de pequeno porte e a melhor de todas. A organização que levar a maior torcida para o evento também vai ser reconhecida, o que é bom para quem está buscando saber que organizações têm mais pessoas engajadas com o trabalho. Sua empresa precisa investir em ESG? Fique de olho neste evento.

*com Angélica Queiroz