Exame.com
Continua após a publicidade

Cyborg

Vivemos uma transição importante na sociedade, com uma mudança de valores, de longevidade, de tecnologia, de conectividade e novas formas de fazer negócio.

 (Willyam Bradberry/ Shutterstock/Corall Consultoria)
(Willyam Bradberry/ Shutterstock/Corall Consultoria)
G
Gestão Fora da Caixa

Publicado em 28 de agosto de 2017 às, 12h36.

Última atualização em 28 de agosto de 2017 às, 12h57.

“Steve Austin. Astronauta. Um homem semimorto. Senhores, nós podemos reconstruí-lo. Temos a capacidade técnica para fazer o primeiro homem biônico do mundo. Steve Austin será este homem. Muito melhor do que era. Mais forte, mais rápido”. Este era o texto de abertura da série Cyborg, O Homem de Seis Milhões de Dólares que estreou no dia 18 de janeiro de 1974, pela rede ABC e esteve no ar até 1978. Gravemente ferido, ele é levado à sala de cirurgia onde é submetido a uma operação que substitui seu olho e braço direito, bem como as duas pernas, por partes biônicas. Seus novos membros lhe dão a capacidade de enxergar a longas distâncias, bem como uma visão infravermelha, além de ser capaz de correr em alta velocidade. E ele começa a fazer missões como agente para o governo americano.

Eu pessoalmente adorava assistir à série quando passou no Brasil. Acho que combinava um quê de jornada do herói com cibernética e tecnologia, uma certa humanidade e até espírito romântico com desafios e conquistas concretas. E talvez tenha inconscientemente sido uma inspiração para minha paixão por organizações e como estas funcionam: um misto de homem e máquina.

Me explico melhor: estamos vivendo uma transição importante na sociedade, com uma mudança de valores, de longevidade, de tecnologia, de conectividade e consequentemente novas formas de fazer negócio (veja infográfico abaixo).

- (Priscila Mattucci/ Corall Consultoria)

E esse novo contexto pede às empresas que funcionem de um novo jeito: mais baseadas em propósito e valores, orientadas externamente, empreendedoras, com autonomia e colaboração, as pessoas expressando todo o seu potencial e com lideranças mais naturais e inspiradoras. Ou seja, mais humanas, mais orgânicas e mais responsivas ao mundo. Buscamos criatividade, energia e adaptação das pessoas a um ambiente VUCA (sigla em inglês para Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo).

Ao mesmo tempo, a empresa é composta por muitos processos, máquinas, métodos que queremos que sejam os mais eficientes possíveis. E estes devem ser gerenciados mecanicamente, aumentando o controle, com inúmeras métricas e modelos estatísticos de gestão. Buscamos reduzir a variabilidade e garantir a qualidade do produto ou serviço.

A confusão acontece quando acreditamos que a empresa é uma coisa só: ou ela é orgânica, ou ela é mecânica. E tentamos utilizar uma só abordagem para pessoas e para processos, para a criação e para a produção. A empresa é na verdade um Cyborg, um ser humano biônico, uma combinação de homem e máquina. E precisamos criar modelos de gestão que reconheçam essa dupla realidade. Só assim, vamos conseguir liberar a potência do humano e, ao mesmo tempo, atingir resultados extraordinários para as pessoas, empresas e para a sociedade.

- (Corall Consultoria/Corall Consultoria)