Exame.com
Continua após a publicidade

O que é ser antifrágil na crise? Por 10 executivas do setor imobiliário

A liderança feminina, à frente de importantes empresas, indicou diretrizes para quem quer investir no segmento e aproveitar a oportunidade do momento atual

Capacidade de adaptação e respeito aos limites são dois dos aprendizados na pandemia de executivas que trabalham no setor imobiliário | Foto: Getty Images (foto/Getty Images)
Capacidade de adaptação e respeito aos limites são dois dos aprendizados na pandemia de executivas que trabalham no setor imobiliário | Foto: Getty Images (foto/Getty Images)
G
Genoma Imobiliário

Publicado em 17 de julho de 2021 às, 08h30.

Última atualização em 19 de julho de 2021 às, 18h45.

Após 16 meses de pandemia e todas as implicações impostas pelo já nem tão “novo” coronavírus em nossas vidas, convidei 10 executivas renomadas do setor imobiliário para compartilhar seus principais aprendizados – e, em especial, sua forma de liderar tempos turvos e delicados.

“Em meio ao caos, os frágeis perdem, enquanto os antifrágeis se beneficiam”, diz Nassim Nicholas Taleb, professor da Universidade de Nova York, em seu livro “Antifrágil: Coisas que se Beneficiam com o Caos”. Taleb é considerado um dos maiores pensadores do mercado financeiro, uma indústria repleta de incertezas e fragilidades, assim como o mercado imobiliário.

Desse mercado vêm minhas convidadas trazendo sua principal lição e habilidade aprendida ou aprimorada neste período:

1. “Gerenciar o tempo e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional” e “delegar à distância com meu time totalmente remoto.” Alessandra Arnone, diretora da Tetris.

2. “Não podemos viver sem a relação física com as pessoas” e “respeitar meu limite, ter mais paciência e empatia.” Bianca Setin, COO da Setin Incorporadora.

3. “Precisamos nos adaptar e sermos sempre capazes disto, independente da crise que chega”. “Sermos mais flexíveis.” Cecilia Maia, CEO da Gamaro.

4. “A vulnerabilidade é, ao mesmo tempo, uma armadilha e uma ferramenta poderosa para nos treinar a arriscar, acertar ou errar e a corrigir o erro rapidamente”; e “necessidade de controle e planejamento.” Diana Nacur Nagem Lima Salles, advogada e membro do Ibradim (Instituto Brasileiro de Direito Imobiliário).

5. “Flexibilidade e responsabilidade devem estar unidas para o alcance de ótimos resultados”, assim como “habilidade de fazer networking.” Fernanda Mustacchi, advogada sócia do escritório Mustacchi Advogados.

6. “Resiliência é fundamental para alcançar seus objetivos e ser flexível facilita o processo de reinvenção frente a situações fora do nosso controle” e “rever a forma de comunicação com a equipe e parceiros.” Fernanda Rosalem, diretora de Real Estate do Pátria Investimentos.

7. “Dar mais valor ao momento presente, ao que realmente importa” e “aprender a meditar, através da yoga, focando em aceitar o que não posso controlar”, Haaillih Bittar, diretora da Tishman Speyer.

8. “Confirmação de que não temos poder de controlar as coisas. Mas, ao mesmo tempo, conseguimos nos adaptar a tudo, sendo que o mais importante é tentar focar no lado positivo”; aprender a “gestão de equipe à distância.” Júlia Arruda Botelho Bravo Caldeira, CEO e sócia-fundadora da Matchpoint.

9. “A possibilidade de dividir a rotina de trabalho com o home office e a importância fundamental da presença física na relação comercial em diversas situações”; "aprimoramento do trabalho digital.” Maria Cristina Valle, sócia-diretora da Visionera Arquitetura Estratégica.

10. “A superação e a paciência.” Mariliza Fontes Pereira, CEO da Riooito Incorporação e Construção.

Outra oportunidade deste período tem sido a possibilidade de revisitar conceitos primordiais, como o significado de sucesso.

Para o grupo de executivas, a definição de sucesso pode ser descrita como "conseguir equilibrar vida profissional e pessoal; acordar de manhã com vontade de levantar; ser feliz e impactar positivamente a vida das pessoas; chegar aonde se almeja e ser reconhecida por isso; ser feliz no trabalho e ter tempo para estar com a família e com os amigos”.

Uma visão feminina sobre o mercado imobiliário

Mesmo com o país vivendo um período de forte crise econômica, o mercado imobiliário aqueceu em 2020 e começou 2021 em ritmo acelerado.

A liderança feminina, que está à frente de importantes empresas do mercado, indicou diretrizes para quem quer investir no segmento e aproveitar a oportunidade que o momento oferece.

“Não compre daquele que lhe oferecer mais vantagens; estude bem a construtora e a incorporadora”, aconselha Mariliza Pereira, que é complementada pelo grupo com orientações para que se invista sabendo que estamos em um ótimo momento, mas que somos cíclicos. Procure pelas empresas que tenham recomendação de consumidores satisfeitos.

Bianca Setin também deixa o alerta: “Invista agora, pois os patamares de preços mudarão em breve”.

Entender que o ciclo desse mercado é geralmente muito longo e burocrático é essencial na visão de Fernanda Mustacchi e Diana Nacur. Por isso, busque parceiros que tenham uma visão especializada, multidisciplinar e resolutiva e que, de fato, ajudarão a desenvolver seu negócio de forma estratégica.

No caso de fundos imobiliários, antes de investir, escolha um bom gestor e entenda sua estratégia, que deve estar alinhada com a sua, reforçou Fernanda Rosalem, endossada por Alessandra Arnone, que orienta a “consultar especialistas para a tomada de decisão correta”.

Com mais de meio milhão de vidas perdidas para a Covid-19 no Brasil, refletir sobre nossa contribuição é um exercício de antifragilidade que estas executivas, todas membro do Amazonita Clube, o Think Tank do Mulheres do Imobiliário, se propuseram a fazer.

Fica aqui o convite para que você também pratique este exercício.

*Elisa Tawil é LinkedIn Top Voices e TEDxSpeaker. Mentora, consultora estratégica de negócios, podcaster pelo Vieses Femininos. Idealizadora e fundadora do movimento Mulheres do Imobiliário. Colunista na revista HSM, Imobi Report e EXAME Invest. Head de Growth e Onboarding Specialist na eXp Realty Brasil.