Melhor marketing da Copa das Confederações: Taiti
Na tarde do último domingo, 23.06, Uruguai e Taiti disputaram mais uma partida da Copa das Confederações. Como era de se esperar, o Uruguai goleou o país representante da Oceania, que tem entre seus jogadores maioria absoluta de amadores. Assim como aconteceu nos jogos anteriores do Taiti, a torcida brasileira adotou o país para torcer. E a decisão dos brasileiros não poderia ter sido melhor. Porque diferentemente de jogos entre […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2013 às 16h18.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h58.
Na tarde do último domingo, 23.06, Uruguai e Taiti disputaram mais uma partida da Copa das Confederações. Como era de se esperar, o Uruguai goleou o país representante da Oceania, que tem entre seus jogadores maioria absoluta de amadores. Assim como aconteceu nos jogos anteriores do Taiti, a torcida brasileira adotou o país para torcer. E a decisão dos brasileiros não poderia ter sido melhor.
Porque diferentemente de jogos entre clubes ou seleções em que há torcida para que um deles ganhe, com o Taiti foi diferente. Todos estavam resignados com a derrota iminente dos taitianos. Não havia a já tradicional obrigação de ganhar, que já ultrapassou a barreira do esporte profissional e absurdamente chegou até às categorias de base. Mas o apoio vibrante e incondicional de 90% da torcida no estádio – 10% eram uruguaios – fez lembrar que o esporte pode ser, porque é, muito mais.
Momentos lúdicos como esse, vividos com o esporte e não com a competição, são mais potentes que qualquer ação de marketing. Exemplifico: eram centenas de crianças presente no estádio. Alguém desconfia que a atmosfera vivida com a seleção taitiana, mesmo com a derrota por 8 a 0, é muito superior a um monótono 1 a 0 disputado entre quaisquer seleções ou clubes? E que justamente por isso, na cabeça dessas crianças, o futebol (esporte) fica registrado como magia, e não apenas como um ‘perde e ganha’? E quantos adultos não saíram plenamente satisfeitos do jogo, com a experiência única vivida?
Tive a grande oportunidade de acompanhar de perto o jogo de domingo. E como apaixonado por esporte, jamais esquecerei o momento em que um jogador amador, representando oficialmente seu país em uma partida disputada do outro lado do mundo, é expulso de campo. Na caminhada para deixar o campo, é aplaudido de pé por todo o estádio simplesmente por ter sido, nitidamente, um daqueles que mais corria e se entregava em campo. Ah, e quando o placar já apontava 5 a 0 contra.
Pensemos nas quase 30 mil pessoas presentes no estádio. Qual ação de marketing conseguiria esse amplo alcance e com tamanha intensidade? A atmosfera durante os jogos do Taiti fez lembrar um perfil de torcida quase extinto no esporte, em que ganhar ou perder é menos importante. O esforço, a dedicação e a superação por parte dos taitianos valiam mais. A vida também é, ou deveria ser, assim.
Ao final da participação de sua seleção na competição, todos os jogadores taitianos se envolveram em bandeiras do Brasil e deram uma volta olímpica no estádio, com uma faixa “Obrigado, Brasil”. Foram, novamente, aplaudidos de pé. Os brasileiros que os incentivaram nos estádios jamais conseguirão ter noção do quanto foram fundamentais na vida daqueles taitianos. Em relatos à imprensa, alguns deles choravam de emoção ao relatar o que viveram.
O que os taitianos não sabem é o quanto que podem ter sido importantes na vida daqueles que assistiram à sua luta. Claro que os chatos de plantão dizem que momentos como esses são importantes, mas que não deveriam acontecer em uma competição como a Copa das Confederações. Eu, honestamente, não os entendo.
O que sei é o amor que sinto pelo esporte ficou mais forte, que me vi um privilegiado por estar ali. Não fosse tal evento, nem eu nem outros tantos milhares teriam vivido essa emoção que, fundamentalmente, é o que o esporte deve proporcionar, e não vitórias ou derrotas. Isso, os chatos de plantão jamais entenderão. Muito obrigado, Taiti! Vocês tem jogadores que são verdadeiros campeões.
Na tarde do último domingo, 23.06, Uruguai e Taiti disputaram mais uma partida da Copa das Confederações. Como era de se esperar, o Uruguai goleou o país representante da Oceania, que tem entre seus jogadores maioria absoluta de amadores. Assim como aconteceu nos jogos anteriores do Taiti, a torcida brasileira adotou o país para torcer. E a decisão dos brasileiros não poderia ter sido melhor.
Porque diferentemente de jogos entre clubes ou seleções em que há torcida para que um deles ganhe, com o Taiti foi diferente. Todos estavam resignados com a derrota iminente dos taitianos. Não havia a já tradicional obrigação de ganhar, que já ultrapassou a barreira do esporte profissional e absurdamente chegou até às categorias de base. Mas o apoio vibrante e incondicional de 90% da torcida no estádio – 10% eram uruguaios – fez lembrar que o esporte pode ser, porque é, muito mais.
Momentos lúdicos como esse, vividos com o esporte e não com a competição, são mais potentes que qualquer ação de marketing. Exemplifico: eram centenas de crianças presente no estádio. Alguém desconfia que a atmosfera vivida com a seleção taitiana, mesmo com a derrota por 8 a 0, é muito superior a um monótono 1 a 0 disputado entre quaisquer seleções ou clubes? E que justamente por isso, na cabeça dessas crianças, o futebol (esporte) fica registrado como magia, e não apenas como um ‘perde e ganha’? E quantos adultos não saíram plenamente satisfeitos do jogo, com a experiência única vivida?
Tive a grande oportunidade de acompanhar de perto o jogo de domingo. E como apaixonado por esporte, jamais esquecerei o momento em que um jogador amador, representando oficialmente seu país em uma partida disputada do outro lado do mundo, é expulso de campo. Na caminhada para deixar o campo, é aplaudido de pé por todo o estádio simplesmente por ter sido, nitidamente, um daqueles que mais corria e se entregava em campo. Ah, e quando o placar já apontava 5 a 0 contra.
Pensemos nas quase 30 mil pessoas presentes no estádio. Qual ação de marketing conseguiria esse amplo alcance e com tamanha intensidade? A atmosfera durante os jogos do Taiti fez lembrar um perfil de torcida quase extinto no esporte, em que ganhar ou perder é menos importante. O esforço, a dedicação e a superação por parte dos taitianos valiam mais. A vida também é, ou deveria ser, assim.
Ao final da participação de sua seleção na competição, todos os jogadores taitianos se envolveram em bandeiras do Brasil e deram uma volta olímpica no estádio, com uma faixa “Obrigado, Brasil”. Foram, novamente, aplaudidos de pé. Os brasileiros que os incentivaram nos estádios jamais conseguirão ter noção do quanto foram fundamentais na vida daqueles taitianos. Em relatos à imprensa, alguns deles choravam de emoção ao relatar o que viveram.
O que os taitianos não sabem é o quanto que podem ter sido importantes na vida daqueles que assistiram à sua luta. Claro que os chatos de plantão dizem que momentos como esses são importantes, mas que não deveriam acontecer em uma competição como a Copa das Confederações. Eu, honestamente, não os entendo.
O que sei é o amor que sinto pelo esporte ficou mais forte, que me vi um privilegiado por estar ali. Não fosse tal evento, nem eu nem outros tantos milhares teriam vivido essa emoção que, fundamentalmente, é o que o esporte deve proporcionar, e não vitórias ou derrotas. Isso, os chatos de plantão jamais entenderão. Muito obrigado, Taiti! Vocês tem jogadores que são verdadeiros campeões.