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Futebol ou Fórmula 1: A contestada opção da Globo

A TV Globo transmitia o Grande Prêmio do Canadá de Fórmula 1 neste domingo. A exibição da corrida, que tem um total de 70 voltas, havia começado perto das 14h50min. Mas às 16h00min, ainda na volta 40, a etapa canadense saiu do ar na Globo e em seu lugar a emissora começou a transmitir um amistoso entre as seleções de futebol de Brasil e França. Era um dilema sobre eventos […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2013 às 13h32.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h59.

A TV Globo transmitia o Grande Prêmio do Canadá de Fórmula 1 neste domingo. A exibição da corrida, que tem um total de 70 voltas, havia começado perto das 14h50min. Mas às 16h00min, ainda na volta 40, a etapa canadense saiu do ar na Globo e em seu lugar a emissora começou a transmitir um amistoso entre as seleções de futebol de Brasil e França. Era um dilema sobre eventos esportivos televisionáveis e a Globo precisava optar.

E a emissora já tinha optado, posto que a mudança na transmissão já era prevista. Ainda durante a última semana a Globo anunciou que não transmitiria o Grande Prêmio do Canadá na íntegra, prometendo apresentar pouco antes da meia-noite um compacto de 15 minutos de duração (põe compacto nisso!) com o melhor da prova disputada em Montreal. O fato é que neste domingo os brasileiros não puderam assistir nas televisões de suas casas a vitória de Sebastian Vettel, da Red Bull.

Nem na tv aberta, nem em um dos três canais de esportes da Globo na tv por assinatura, o SporTV. Ainda que houvesse a possibilidade de a prova ser exibida ao vivo no SporTV, isso não se concretizou. E foi inevitável a revolta dos fãs da Fórmula 1, que foram obrigados a localizar sites estrangeiros que transmitissem a corrida via internet ou mesmo aguardar menções de Galvão Bueno ao longo da transmissão do amistoso da seleção brasileira de futebol.

O fato de a emissora ter avisado com antecedência aos telespectadores e à imprensa sobre sua decisão, mostra que a decisão foi absolutamente racional. Se pensou na audiência, deu certo. Dados prévios do Ibope apontam que a média de audiência da Fórmula 1 foi de 12 pontos. Já a transmissão do amistoso da seleção rendeu a média de 23,3 pontos, ou seja, quase o dobro. A decisão de mostrar parcialmente a corrida (pouco mais que a primeira metade), no entendimento deste blog, também foi acertada. Com a decisão manifestada publicamente de transmitir o futebol a partir das 16h00min, ou exibia a corrida parcialmente ou não exibia nada. Nada exibir seria absurdo.

Mas então veio a grande falha da Globo em toda essa história: não ter colocado as voltas restantes do GP do Canadá (o ideal seria a corrida na íntegra e ao vivo) em qualquer dos canais do SporTV. Tivesse feito isso, aplacaria – ainda que sem eliminar – a fúria de seus telespectadores fãs de automobilismo. Se não o fez por questões contratuais com a Fórmula 1, basta a emissora esclarecer o fato. Se por qualquer outro motivo, falhou.

É legítimo que a Globo priorize tanto a audiência de sua programação, como o faça com o futebol, esporte que ainda é a preferência da maioria dos brasileiros. Mas não ter garantido a transmissão ao vivo da corrida, ainda que longe da tv aberta, fez com que fossem naturais os questionamentos sobre desrespeito com os amantes da Fórmula 1 e, inclusive, com os patrocinadores do esporte na emissora. A Globo foi transparente em alertar previamente que não transmitira a corrida. E foi equivocada ao não dar opções para quem tivesse interesse em acompanhar a transmissão na íntegra.

O balanço é curioso: nem o alerta prévio amenizou o equívoco da não transmissão da F1, nem a falta da corrida na tv minimizou o acerto na opção pelo futebol na tv aberta (considerando a audiência e retorno financeiro com patrocinadores). Ou seja, a Globo acertou, ainda que tenha errado. Mas também errou feio, ainda que tenha acertado.

Siga-nos no Twitter: @viniciuslord e/ou @EXAME_EsporteEx

A TV Globo transmitia o Grande Prêmio do Canadá de Fórmula 1 neste domingo. A exibição da corrida, que tem um total de 70 voltas, havia começado perto das 14h50min. Mas às 16h00min, ainda na volta 40, a etapa canadense saiu do ar na Globo e em seu lugar a emissora começou a transmitir um amistoso entre as seleções de futebol de Brasil e França. Era um dilema sobre eventos esportivos televisionáveis e a Globo precisava optar.

E a emissora já tinha optado, posto que a mudança na transmissão já era prevista. Ainda durante a última semana a Globo anunciou que não transmitiria o Grande Prêmio do Canadá na íntegra, prometendo apresentar pouco antes da meia-noite um compacto de 15 minutos de duração (põe compacto nisso!) com o melhor da prova disputada em Montreal. O fato é que neste domingo os brasileiros não puderam assistir nas televisões de suas casas a vitória de Sebastian Vettel, da Red Bull.

Nem na tv aberta, nem em um dos três canais de esportes da Globo na tv por assinatura, o SporTV. Ainda que houvesse a possibilidade de a prova ser exibida ao vivo no SporTV, isso não se concretizou. E foi inevitável a revolta dos fãs da Fórmula 1, que foram obrigados a localizar sites estrangeiros que transmitissem a corrida via internet ou mesmo aguardar menções de Galvão Bueno ao longo da transmissão do amistoso da seleção brasileira de futebol.

O fato de a emissora ter avisado com antecedência aos telespectadores e à imprensa sobre sua decisão, mostra que a decisão foi absolutamente racional. Se pensou na audiência, deu certo. Dados prévios do Ibope apontam que a média de audiência da Fórmula 1 foi de 12 pontos. Já a transmissão do amistoso da seleção rendeu a média de 23,3 pontos, ou seja, quase o dobro. A decisão de mostrar parcialmente a corrida (pouco mais que a primeira metade), no entendimento deste blog, também foi acertada. Com a decisão manifestada publicamente de transmitir o futebol a partir das 16h00min, ou exibia a corrida parcialmente ou não exibia nada. Nada exibir seria absurdo.

Mas então veio a grande falha da Globo em toda essa história: não ter colocado as voltas restantes do GP do Canadá (o ideal seria a corrida na íntegra e ao vivo) em qualquer dos canais do SporTV. Tivesse feito isso, aplacaria – ainda que sem eliminar – a fúria de seus telespectadores fãs de automobilismo. Se não o fez por questões contratuais com a Fórmula 1, basta a emissora esclarecer o fato. Se por qualquer outro motivo, falhou.

É legítimo que a Globo priorize tanto a audiência de sua programação, como o faça com o futebol, esporte que ainda é a preferência da maioria dos brasileiros. Mas não ter garantido a transmissão ao vivo da corrida, ainda que longe da tv aberta, fez com que fossem naturais os questionamentos sobre desrespeito com os amantes da Fórmula 1 e, inclusive, com os patrocinadores do esporte na emissora. A Globo foi transparente em alertar previamente que não transmitira a corrida. E foi equivocada ao não dar opções para quem tivesse interesse em acompanhar a transmissão na íntegra.

O balanço é curioso: nem o alerta prévio amenizou o equívoco da não transmissão da F1, nem a falta da corrida na tv minimizou o acerto na opção pelo futebol na tv aberta (considerando a audiência e retorno financeiro com patrocinadores). Ou seja, a Globo acertou, ainda que tenha errado. Mas também errou feio, ainda que tenha acertado.

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