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Cricket no Brasil? Projeto social pode ser fonte de medalhas para o País

Com 3.400 crianças e jovens, Projeto Cricket Poços de Caldas conta com apoio do Conselho Internacional de Críquete

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Vinicius Lordello — Esporte Executivo

Publicado em 18 de dezembro de 2019 às, 09h50.

Última atualização em 18 de dezembro de 2019 às, 10h50.

O segundo esporte mais popular do mundo, com uma audiência de mais de 2,4 bilhões de pessoas em sua última Copa do Mundo. Esse é o críquete, modalidade esportiva com mais de 400 anos e que deverá voltar aos Jogos Olímpicos na edição que será disputada em Los Angeles, em 2028 - com oportunidade de medalhas para o Brasil, que conta com um número crescente de praticantes em diversas cidades.

O críquete chegou ao Brasil em 1872 com a formação de diversos clubes, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. No entanto, o esporte não conquistou em nosso país a mesma popularidade que outra modalidade criada pelos bretões - o futebol. Mas o críquete voltou a ganhar força nas últimas duas décadas. Em 2001, foi fundada a Associação Brasileira de Críquete (ABC), sendo membro associado no Conselho Internacional de Críquete.

(Projeto Cricket Poços de Caldas/Divulgação)

Entre os projetos desenvolvidos pela ABC em diferentes cidades brasileiras, um tem conquistado destaque especial. O Projeto Cricket Poços de Caldas, em Minas Gerais, partiu da iniciativa de levar o esporte para escolas públicas e projetos sociais infantis, permitindo uma melhor integração social e desenvolvimento para crianças e adolescentes que poderiam estar vivendo sob influências negativas. Os primeiros passos foram tomados em 2011, com duas horas semanais de críquete no Projeto Casa do Menor Dr. Ednan Dias e a partir disso, mas de 3.500 crianças foram impactadas pela ação. Além disso, o projeto oferece um programa universitário que é uma das maiores histórias de sucesso da organização, com 12 crianças carentes que frequentam a universidade (das quais são as primeiras em suas respectivas famílias).

Com isso, o críquete brasileiro se destaca não somente em números participativos, mas também na técnica desenvolvida por jovens jogadores pertencentes ao projeto – a Seleção Brasileira Juvenil (Sub-13 e Sub-17) participa dos Campeonatos Sul Americanos desde 2013, com ótimas vitórias perante seleções de tradição no esporte. E pela primeira vez na história, o Brasil foi Campeão Sul-Americano nas duas categorias, na edição de 2015, no Peru. Além das categorias masculinas, há a previsão de termos o Sul-Americano Sub-17 Feminino, a ser realizado no Brasil em 2020, que só será possível através do aumento da participação de atletas do projeto.

“Para o projeto ser bem sucedido seria preciso que tivéssemos bons e comprometidos professores que ensinassem as crianças sobre o esporte, de forma divertida e aumentando o interesse em participação nos projetos. Desde o início do projeto nos preocupamos em levar o espírito do cricket nas suas aulas, mantendo os valores positivos que o esporte deve ensinar. Respeito, honestidade, dedicação, disciplina sempre foram base dos nossos ensinamentos”, afirma Matt Featherstone, um dos diretores do projeto no Brasil.

“O críquete não é apenas um esporte, é mais do que isso. É uma família com a qual você pode contar dentro e fora do campo, o que é uma enorme diferença de qualquer outro esporte brasileiro. Estamos muito felizes pela oportunidade de disputar nas Olimpíadas de 2028 caso o críquete seja contemplado como esporte olímpico novamente. Ele está crescendo muito na América do Sul e conquistamos quatro dos últimos cinco Sul Americanos, portanto se houver uma vaga para a América do Sul para 2028 queremos estar lá!”, completa Renata de Sousa, capitã da Seleção Feminina de Cricket do Brasil.

(Projeto Cricket Poços de Caldas/Divulgação)