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Consumo de tecnologia de wearables esportivos crescerá, aponta Polar

Para André Bandeira, Country Manager da marca, o mercado já estava em crescimento antes da pandemia e no médio e longo prazo essa tendência irá permanecer

 (Polar/Divulgação)
(Polar/Divulgação)
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Vinicius Lordello — Esporte Executivo

Publicado em 29 de junho de 2021 às, 15h35.

Empresa finlandesa de tecnologia de wearables esportivos, a Polar compila dados de monitoramento de frequência cardíaca, monitores de atividades diárias e equipamentos de treino. Com 40 anos de experiência e com pesquisa médica para fisiologia do exercício, a marca possui produtos atendendo diversas demandas de fitness, incluindo ciclocomputadores, relógios para esporte (wearables), monitores de atividade diária, aplicativos de treinamento e serviços web. São mais de 35.000 lojas ao redor do mundo, distribuídas em mais de 80 países, incluindo o Brasil desde 2017.

Quando iniciou suas atividades no país, encontrou um cenário em que a maioria dos consumidores comprava os produtos no exterior, principalmente devido a disparidade de preço entre os produtos vendidos fora e no país - onde a diferença em muitos casos era de mais de três vezes. Além disso, o mercado paralelo (pessoas físicas que compram os produtos e importam sem pagar impostos) era muito forte, o que prejudicava a marca no Brasil e “marginalizava” o mercado. Considerando todo esse contexto, a marca decidiu estrategicamente ofertar um preço mais competitivo do que era praticado no passado, usando a referência de preço praticado pela marca nos EUA. Para isto, foi necessário reduzir as margens, que são compensadas pelo volume maior alcançado. Além disso, a empresa conseguiu atuar no combate a importação ilegal de produtos no país.

Ecos da pandemia, um estudo foi feito sobre o comportamento dos usuários em 2020, mostrando que o volume de atividades indoor cresceu significativamente, que as pessoas dormiram mais (talvez pelo fato de não terem de se deslocar ao trabalho, devido a home office) e que as pessoas se preocuparam mais em analisar seus resultados/dados gerados pelos devices. O Esporte Executivo conversou com André Bandeira, Country Manager da marca no Brasil para falar não só da evolução da tecnologia marca em dados de monitoramento de saúde, como da inteligência de performance por meio de seus produtos, incluindo as parcerias com times de futebol brasileiros e atletas olímpicas, além do crescimento da marca na pandemia. Aproveitamos e falamos da estratégia da companhia que adotou uma postura mais agressiva com seus lançamentos no país em 2021, visando a mudança de comportamento do consumidor e a tendência de contínua expansão do mercado esportivo de modalidades indoor e outdoor individuais como corrida e ciclismo, que aumentaram consideravelmente a busca por produtos tecnológicos focados na saúde dentro do cenário da pandemia.

Vinicius Lordello / Esporte Executivo: A pandemia naturalmente impactou a demanda por produtos que auxiliassem o melhor condicionamento físico das pessoas. O quanto isso interferiu no planejamento e decisões de curto prazo da marca? 

André Bandeira: No início da pandemia, em março e abril de 2020, o impacto em nosso negócio foi bastante negativo, onde tivemos uma redução significativa no volume de vendas. Neste momento de baixa previsibilidade sobre o que iria acontecer, a nossa reação inicial foi de continuarmos estimulando nossos clientes a praticarem atividade física e manterem a saúde não só física, mas também mental. No ponto de vista do negócio, naquele momento seguramos todas as despesas possíveis para conseguirmos passar por toda a turbulência e acreditamos naquilo que tínhamos previsto para o ano em termos de lançamentos de novos produtos e soluções, nenhum cancelamento ou adiamento aconteceu. A partir de maio de 2020, o aumento da demanda foi significativo e vimos o nosso e-commerce próprio ter um crescimento ainda maior do que já vinha tendo no passado, mas pelo fato de termos já um grande foco nesse canal e ele já ter uma representatividade grande em nosso negócio, não tivemos que mudar muito a nossa estratégia. Em paralelo, fizemos o que foi possível para auxiliarmos nossos revendedores com lojas físicas a conseguirem continuar vendendo e passarem juntos conosco por toda essa turbulência. Com o aumento ainda maior na demanda a empresa globalmente decidiu acelerar ainda mais o desenvolvimento de novos produtos para conseguir ofertar melhores e mais possibilidades para os consumidores finais pensando no médio/longo prazo. Se o mercado já estava em crescimento antes da pandemia, acreditamos que no médio/longo prazo essa tendência irá permanecer.

Quais os resultados dessas decisões adotadas?

Tivemos um ano de crescimento relevante no país e no mundo, e o fato de termos mantido nossos planos de lançamentos foi fundamental para o crescimento da marca no Brasil e em outros países. Além disso, consolidamos ainda mais o posicionamento do nosso e-commerce próprio, que foi fundamental para atingirmos nossos resultados em 2020. No lado de revendas, o nosso posicionamento de apoiar e tentar impulsionar as vendas dos nossos revendedores com lojas físicas fortaleceu ainda mais a parceria comercial que temos com os mesmos, que em 2021 estão tendo resultados muito satisfatórios, apesar da pandemia ainda estar acontecendo. A aceleração do desenvolvimento de novos produtos em 2020 fez com que lançássemos neste 1º semestre de 2021 mais produtos do que o planejado, o que impacta diretamente no volume de negócios da empresa.

As parcerias com clubes de futebol são meio ou fim? Detalhe um pouco mais da estratégia que envolve essas parcerias...

Atualmente temos parcerias com os principais clubes de futebol do Brasil com a solução Polar Team, onde as equipes adquirem nossos produtos (sensores GPS + monitores cardíacos) e nosso sistema para monitorarem a performance física dos jogadores e principalmente, auxiliar os fisiologistas dos clubes a encontrar o volume correto de treinos afim de evitar lesões.

Esse é um canal de venda que a Polar criou no últimos anos com o objetivo de trazer também para os esportes coletivos o monitoramento em alta precisão dos atletas e também permitir a ampliação do seu portfólio oferecido ao mercado, reduzindo a “dependência” da venda focada apenas no canal B2C. Além disso, a atuação com clubes de futebol e outros esportes coletivos, reafirma o posicionamento da marca em ser referência na precisão de dados e mostra que a mesma tecnologia utilizada por atletas profissionais também está disponível para o consumidor final. Temos um marketshare relevante em todas as séries do Brasil, com destaque para a série A do futebol masculino, com quase 50% de participação. Esse é um mercado que vem expandindo bastante no Brasil nos últimos anos, principalmente no futebol, onde a preparação física cada dia é mais importante para a performance dos jogadores e o nível de intensidade dos jogos é cada vez maior.