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Como a gestão feminina tem impactado os caminhos para a equidade de gênero no mundo corporativo

Hoje o mundo corporativo tem evoluído, mesmo que timidamente, para um espaço mais saudável e seguro

Liderança feminina (Shutterstock/Divulgação)
Liderança feminina (Shutterstock/Divulgação)

Por Michele Pines*

A participação da mulher em cargos de liderança tem desempenhado um papel importante para a evolução do mercado de trabalho. Graças a ela, hoje o mundo corporativo tem evoluído, mesmo que timidamente, para um espaço mais saudável e seguro para as organizações. Não é à toa que 38% dos cargos de liderança no Brasil eram ocupados por mulheres em 2023, segundo uma pesquisa da FIA Business School. 

Apesar do número de mulheres em cargos de autoridade parecer animador, existe um longo caminho a percorrer. Afinal, ainda temos os debates sobre a sua participação no meio organizacional, já que continuamos a nos deparar com mulheres sofrendo com a falta de equidade salarial, baixas oportunidades de crescimento, desafios em relação à maternidade e a famosa jornada dupla de trabalho. 

Trago aqui algumas informações compartilhadas pelo Linkedin. Segundo ele, no momento que se candidatam a uma vaga de emprego, as mulheres sentem a necessidade de cumprir 100% dos requisitos de uma vaga. 

Enquanto os homens candidatam-se à oportunidade se considerarem que cumprem no mínimo 60%. Em outras palavras, o público feminino participa de menos processos seletivos que os homens. Mas por que isso acontece? Na maioria das vezes, as mulheres são mais exigentes consigo mesmas, muitas possuem, inclusive, a síndrome de impostora, que atinge pessoas que têm tendência a se auto-sabotar. 

Para se ter uma ideia, infelizmente, a maioria das mulheres são mais suscetíveis a inseguranças no ambiente empresarial e exigem mais de si mesmas para atingir as próprias metas para evitar fracassos. Dados de um estudo realizado pela KPMG, intitulado Women’s Leadership Summit Report apontam que 81% das mulheres executivas acreditam colocar mais pressão sobre si mesmas do que os homens.

Como forma de combater este cenário, é primordial que as mulheres e empresas continuem apostando em iniciativas que promovam a igualdade de gênero, como é o caso da própria ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas dedicada a fomentar a isonomia entre o homem e a mulher globalmente e tem se tornado uma rede de apoio para muitas profissionais no mercado de trabalho. 

Diante dos pontos citados, muitos devem se questionar: como as empresas podem ajudar a tornar o mundo corporativo em um espaço mais inclusivo e igualitário para todas as mulheres? Um ótimo primeiro passo seria se informar sobre ações que ajudem a pavimentar os caminhos pela equidade profissional. 

Ademais seria interessante também oferecer treinamentos, programas de mentoria e oportunidades de crescimento dentro da companhia ajudando-as a obter o máximo de experiência, acolher a maternidade por meio de horários de trabalho flexíveis, políticas de licença parental e, claro, contribuir para a criação de locais seguros para debates que englobam a  causa dentro das organizações. 

Por fim, é impossível deixar de reforçar que contar com lideranças femininas também é um fato primordial. Isso porque profissionais que se encontram em posição de destaque inspiram outras a alcançarem o seu objetivo de conquistarem mais espaço dentro do meio ocupacional.

Fica aqui o recado para profissionais e empresas dos mais diferentes segmentos e tamanhos: A partir do momento que começarmos a construir times cada vez mais diversos dentro das organizações, seremos capazes de mostrar que é possível, sim, construir um local mais igualitário para todos. 

*Michele Pines é Diretora Gente & Gestão na iugu, plataforma de serviços financeiros para gestão de caixa e automatização de meios de pagamento